O blog The Intercept publicou na noite desta sexta-feira (14) mais um conjunto de diálogos supostamente extraídos do aplicativo de mensagens Telegram de procuradores da República. Desta vez, a reportagem destacou orientações do ex-juiz federal Sérgio Moro ao MPF após o primeiro depoimento de Lula em Curitiba, em 2017. [1]
“Talvez vocês devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento [do ex-presidente Lula] com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele. Porque a Defesa já fez o showzinho dela”, teria dito Moro ao procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da Força-Tarefa da Lava Jato que acusou Lula.
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Na sequência, a sugestão de Sérgio Moro para acuar Lula é discutida em grupos internos do Ministério Público, tanto de procuradores como de assessores de imprensa. Ao fim, no dia seguinte, o MPF divulga nota que aponta contradições do depoimento do ex-presidente.
Desta vez, o The Intercept procurou as partes citadas nos supostos diálogos, mas elas teriam preferido não emitir um comentário.
“O Ministro da Justiça e Segurança Pública não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas, especialmente sem análise prévia de autoridade independente que possa certificar a sua integridade. No caso em questão, as supostas mensagens nem sequer foram enviadas previamente”, teria respondido a assessoria de Sérgio Moro.
Segundo a reportagem, as conversas são “mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex”. Até agora, a principal linha da crítica das reportagens já divulgadas referem-se à possibilidade de o juiz não ter agido de modo imparcial, como deveria pela função.
Confira a íntegra da matéria do The Intercept clicando aqui.
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