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Grupos de direita-conservadora divulgam suposto ataque hacker contra Greenwald

Influenciadores e formadores de opinião tentaram repercutir relato de um usuário chamado "Pavão Misterioso" cujo perfil foi deletado horas depois; suposto grupo hacker traz acusações contra dono do 'The Intercept'
Glenn Greenwald (Foto: Reprodução/Flickr)

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Glenn Greenwald (Foto: Reprodução/Flickr)

Um grupo de formadores de opinião de viés de direita-conservadora repercutiu neste domingo (16) nas redes sociais uma suposta invasão hacker contra o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil. A publicação tem ganhado manchetes nas últimas semanas após divulgar diálogos privados que mostrariam uma relação suspeita entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Usando como base relatos e supostos documentos advindos de uma invasão hacker e divulgados por um perfil no Twitter chamado “Pavão Misterioso”, sites e influenciadores repercutiram a narrativa de que Greenwald teria pago para que o ex-deputado federal Jean Wyllys renunciasse seu mandato e, com isso, favorecesse David Maranda (PSOL/RJ), marido do jornalista.

A denúncia tenta associar ainda o jornalista a um hacker russo, mesmo país onde também recebeu asilo outra famosa fonte de Glennwald: Edward Snowden.

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Segundo divulgado pelo site Terça-Livre, de viés bolsonarista, “Pavão Misterioso” é um codinome de um “grupo hacker”. A expressão “Show do Pavão” chegou a ser levantada entre as mais comentadas do Twitter por estímulo de formadores de opinião, como o youtuber Bernardo Kuster. [1][2]

A versão, contudo, logo foi vista com ceticismo. Os documentos divulgados pelo suposto grupo hacker apresentam erros de inglês em algumas partes.

Site ‘Terça Livre’ repercute suposta invasão hacker de Glenn Greewald (Foto: Reprodução)

Greenwald se manifesta

No próprio domingo, Glenn Greenwald se manifestou sobre a narrativa. Afirmou que “qualquer um com uma racionalidade mínima ou tempo para pensar sobre isso imediatamente reconhece a estupidez desequilibrada disso” e que o objetivo da história é que seja espalhada “o suficiente para que as pessoas tenham suspeitas [de mim]”. [3]

“Da próxima vez que vocês quiserem forjar um documento em inglês, não esqueçam de expressar os números em inglês, não em português, pra que sua fraude não seja tão óbvia. Demora menos de 30 segundos para usar o Google Tradutor”, debochou. [4]

O jornalista escreveu ainda que não acredita que o Movimento Brasil Livre esteja envolvido “nessa fraude”, mas sim que teria sido divulgado “pelo PSL, Terça Livre e os disseminadores usuais bolsonaristas do (sic) fake news e fraudes”. [5]

Na noite deste domingo, o filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, publicou em seu perfil no Twitter um ícone de pavão em referência ao tema. Recebeu mais de 7 mil curtidas até a publicação desta matéria. [6]

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