Em um mundo que sofre as consequências da onda protecionista impulsionada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, Mercosul e União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (28) que chegou-se a um consenso para a formalização de um acordo de livre comércio entre os blocos. As tratativas duraram mais de 20 anos. [1][2]
Somados, Mercosul e União Europeia representam 25% do PIB Global, 780 milhões de pessoas e 32 países. Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro classificou a medida como “histórica” e que “será um dos acordos comerciais mais importantes de todos os tempos”, trazendo “benefícios enormes para a economia”. [3]
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A estimativa do Ministério da Economia é que o acerto represente um incremento ao PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões nos próximos 15 anos, podendo ainda chegar a US$ 125 bilhões se considerados uma ampliação da “produtividade total dos fatores de produção”. [4]
Secretário de Comércio Exterior do governo Bolsonaro, Marcos Troyjo classificou em entrevista ao site O Livre que a “liderança do Brasil nos últimos seis meses fez toda a diferença”, o que foi confirmado pela Comissária Europeia de Comércio Exterior. [5][6]
Segundo revela a versão espanhola do site El País, o presidente francês, Emmanuel Macron, “esteve entre os mais céticos até o último minuto”. Sua preocupação se devia aos efeitos da medida no setor agrícola europeu (que passará a sofrer maior concorrência dos produtos sul-americanos) e também à possibilidade de o Brasil deixar os Acordos de Paris, relativos a metas climáticas. A oportunidade política de se fortalecer ante Donald Trump, contudo, teria falado mais alto para o francês. Agora, o texto precisará ser aprovado pelos Estados membros e pelo Parlamento Europeu, que poderá pedir mudanças. [7]
O que muda na economia
Uma vez ratificado o acordo, deverão ser eliminados uma série de tributos de importação em diversos mercados. Para o Brasil, a medida deve permitir maior entrada de frutas, minérios de ferro, café e carne bovina no continente europeu. Para a União Europeia, o acordo representa maior possibilidade de exportação de automóveis, medicamentos, vinhos e manufaturados.
Em ambos os blocos, é possível que haja reações negativas à queda de medidas protetivas. São elas que garantem a competitividade de modo artificial entre os produtores locais.
“O setor agrário espanhol tem se mostrado inquieto pelo volume e pelas condições que se fazem as importações de carne bovina e de frango, açúcar, frutas cítricas e sucos”. descreve a reportagem do El País.
A medida deve favorecer o setor agropecuário sul-americano e industrial europeu. Para o Secretário da Agro-Indústria da Argentina, Luis Miguel Etchevehere, o acordo é histórico porque “coloca o Mercosul em um lugar chave do mundo como provedor de alimentos”. [8]
“Nossa região é uma das principais produtoras do mundo, e temos qualidade e quantidade para o intercâmbio com os europeus”, avaliou.
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