Liberais e conservadores parecem ter mesmo decidido embarcar no duelo de narrativas no universo dos documentários. Depois de o MBL anunciar o lançamento de “Não vai ter golpe!”, que oferece seus registros de bastidores do impeachment de Dilma Rousseff, foi a vez de o cineasta Josias Teófilo, diretor de “O Jardim das Aflições”, anunciar, nesta quinta-feira (11), seu próximo trabalho. [1]
“Nem tudo se desfaz” promete ser uma alternativa conservadora ao filme de Petra Costa, “Democracia em Vertigem”, lançado no Brasil pela plataforma Netflix. Isso porque o filme abordará os acontecimentos recentes da história brasileira, entre os protestos de junho de 2013 e a eleição de Jair Bolsonaro, mesmo período enfocado na produção de Petra.
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O filme é apresentado como “um documentário ensaístico sobre os desdobramentos culturais e políticos das Jornadas de Junho de 2013”. Para Josias, “as grandes manifestações de rua voltaram a ser instrumento de disputa política, no esteio da ascensão das redes sociais e da quebra de uma longa hegemonia da esquerda na cultura nacional”. Paralelamente, “uma crise sem precedentes atingiu organismos intermediários como a grande imprensa, os partidos políticos e o Supremo Tribunal Federal’.
Josias diz ainda que o filme mostrará como essas instituições, em grande parte, se aglomeraram para resistir à candidatura de Jair Bolsonaro, que “serviu como veículo para o espírito conservador, nacionalista e patriótico que se consolidava no país”, ensejando a ocorrência de uma “revolução conservadora”. A expressão define uma grande mudança operada sem “perda da identidade do conjunto”, em oposição a projetos artificiais e desconectados do povo brasileiro.
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