O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho do presidente da República, está cada vez mais próximo de ser indicado como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A especulação, que surgiu na última quarta-feira (10), ganhou força nesta sexta-feira (12) após o parlamentar, o pai e até o Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmarem a ideia. O projeto, porém, está longe de ser uma unanimidade.
Presidente do conselho deliberativo do Instituto Liberal e um dos principais formadores de opinião da nova direita brasileira, o economista Rodrigo Constantino é um dos que estão se opondo à ideia. Em seu comentário na rádio Jovem Pan, onde é comentarista, Constantino chegou a afirmar que nomeação seria uma forma de corrupção. [1]
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“A nomeação é um escárnio com o país. Está explicado porque a embaixada americana, que é a mais importante do país, permaneceu sem embaixador por meses. O presidente estava esperando o seu filho completar 35 anos, que é a idade mínima. Isso cheira nepotismo, embora possa ter uma discussão técnica se é ou não nepotismo na letra da lei. O nepotismo é uma forma de corrupção”, comentou, associando ainda à prática ao patrimonialismo.
Constantino afirmou também que medida como essa seria feita por pessoas como Saddam Hussein e Fidel Castro e criticou a justificativa dada para uma possível nomeação. “Dizem que ele fala inglês, espanhol e é amigo dos filhos do Trump. Isso é não entender o papel da diplomacia. O Eduardo Bolsonaro, aliás, tem um inglês sofrível. Ser amigo dos filhos de Trump não diz nada e diplomacia também é lidar com aqueles com quem você discorda”, afirmou.
Reinaldo Azevedo também critica
Autor do termo “petralha” e um dos mais vorazes críticos ao governo Lula e Dilma, o jornalista Reinaldo Azevedo também criticou de maneira firme a possibilidade – que, segundo o jornal Folha de S. Paulo, já estaria decidida.
“A escolha feita por Bolsonaro constitui uma óbvia humilhação para o Itamaraty e revela também o desprezo que sente por Ernesto Araújo, o chanceler, ainda que este se mostre um entusiasta da ideia. Tem escolha?”, provocou Azevedo em seu blog atualmente hospedado no UOL. [2]
O jornalista também observou que Eduardo pode ser rejeitado pelo Senado Federal. “Mas é preciso ver se o Senado tem disposição para ficar com a coluna ereta”, disse, analisando ainda que a eventual decisão do presidente nesse sentido representaria uma “aposta alta”.
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