O deputado estadual Arthur do Val (DEM-SP), dono do canal no Youtube Mamãe Falei, concedeu entrevista ao portal Uol, publicada neste sábado (13), em que comentou as recentes tensões entre o Movimento Brasil Livre e grupos como o Direita São Paulo. Para ele, a narrativa de que a direita brasileira está sofrendo uma ruptura é falsa, porque “nunca houve união”. [1]
O diálogo começou abordando a briga entre os grupos na manifestação do último dia 26 de maio a favor das reformas do governo Bolsonaro. De acordo com Arthur, o grupo “mais ligado ao Olavo de Carvalho, ao Bolsonaro propriamente dito”, xingou os membros do MBL e “começou uma confusão”, mas que teria durado no máximo cinco minutos e que não seria merecedora da repercussão que recebeu na imprensa.
Foi diante desse comentário que os entrevistadores questionaram se Do Val não enxergava que a contenda foi amplificada pela imprensa por evidenciar uma ruptura na direita nacional. “Não há ruptura, já que nunca houve união. Na verdade estes movimentos não surgiram juntos e depois se romperam. São visões completamente diferentes de sociedade”, ele argumentou.
No entanto, Do Val vê isso como algo positivo. Para ele, é bom que as pessoas possam encontrar uma gama diversificada de opções entre a esquerda e a direita e os diferentes tipos de direita ainda podem atuar em conjunto em pautas comuns. “Com certeza, eu sou um dos caras que tem a maior facilidade e trânsito pelo que se chama de direita hoje”, garantiu.
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O problema Carlos Bolsonaro
No entanto, o deputado vê um comportamento particularmente desagregador e nocivo naquilo que chama de “ala do Carlos Bolsonaro”, ou “ala olavista”, uma referência ao filósofo Olavo de Carvalho. “Se você pegar hoje tuítes ligados a essas alas, 90% das postagens são atacando outras alas da direita e não a esquerda ou outros grupos”, justificou.
Do Val afirmou que tem receio do comportamento desse núcleo político-ideológico, que para ele está empobrecendo o debate, o que poderia ajudar uma “esquerda inteligente”, personificada por políticos como Ciro Gomes e Tabata Amaral, a crescer. Sobre a influência pessoal de Olavo, o deputado acredita que algumas declarações dele, embora não sejam diretamente responsáveis, estimulam “algum tipo de animosidade que possa acabar em violência”.
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