O ministro Paulo Guedes discursou durante quase duas horas na última sexta-feira (26) na Associação Comercial do Rio de Janeiro. No auditório, a elite política, cultural e econômica do estado e do país. Entre outras declarações, afirmou que muitos se chocam com os modos do presidente Bolsonaro, mas que o mais importante é que ele tem bons princípios – e, enquanto isso, tem muita gente com excelentes modos e péssimos princípios. A plateia riu.
Elogio ao presidente
O ministro relatou ainda que durante a campanha viu, pessoalmente, diversos gestos de dignidade do presidente. Servindo de tradutor informal quando chegava um interlocutor, Bolsonaro pedia respostas ríspidas a qualquer coisa que pudesse ser mal interpretada. “Me surpreenderam o caráter e a dignidade do presidente. Aquilo me animou. O homem tem dignidade para ser presidente da República”, afirmou o hoje titular da Economia.
Expectativas confirmadas
Guedes afirmou ainda que as três expectativas que tinha antes de assumir o desafio do Ministério estão se confirmando. A primeira era que o presidente aceitaria as políticas econômicas. A segunda é que o Congresso também endossaria as medidas. E, por último, que a “mídia estivesse conosco”.
Força da Civilização Ocidental
A força da civilização ocidental, para Guedes, é a descentralização. “A descentralização se dá na política pela democracia. Se dá na economia pelos mercados. Desse modo, o conhecimento fica disperso”.
Blindado
Na mesma palestra, Guedes frisou a importância da independência que o governo conferiu a ele e à sua equipe. “Fomos blindados politicamente pelo presidente Bolsonaro”. Sobre o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia, por exemplo, afirmou que “a coisa saiu por causa de políticas definidas e estarmos protegidos de lobbies”, sem entrar em maiores detalhes.
Em alta
Com o sucesso dos novos acordos comerciais, o Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, também ficou em alta com o presidente Bolsonaro. Ele, e não o chanceler Ernesto Araújo – cujo desempenho, aliás, vem sendo criticado nos bastidores -, é considerado como o pai do acordo.
Privatizações 1
Diante da presença do Secretário de Privatizações, Salim Mattar – a quem brincou dizendo que carrega “um globo nas costas” -, e do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, Guedes defendeu privatizações – fala que ocorreu na mesma semana da venda do controle da BR Distribuidora. “O petróleo ficará no fundo do mar se não acelerar a exploração. Ninguém sabe o que acontecerá daqui 20 anos. Pode ser que o petróleo volte a ser apenas vestígio de fóssil. Por isso, a Petrobras deve focar na extração do petróleo”, disse. Guedes afirmou ainda que, durante viagem recente à Dallas com o presidente Bolsonaro, percebeu que os americanos “acham que estamos sentados em cima de um novo Oriente Médio de petróleo”.
Privatizações 2
Ex-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, por sua vez, chamou nas redes a venda de “canalhice da semana” e disse que pegou todo mundo distraído. “Na surdina, ele vendeu a distribuidora. Esse é um problema grave, para não dizer um crime grave, porque durante muitas décadas de sacrifício, o dinheiro foi concentrado para construir uma companhia de petróleo integrada, ou seja, que vai ‘do poço ao posto’. A Petrobras é – ou era – capaz não só de pesquisar, extrair, refinar, como transportar e colocar na bomba. Com isso, tornou-se uma das companhias mais valiosas do mundo. Com essa integração, a Petrobras nunca teve prejuízo na vida. Na prática, uma coisa compensava a outra. A Petrobras integrada vale 1.000, esquartejada vale 400. Tudo isso foi para entregar ao estrangeiro”
Livres nas telas
Livres estreia na próxima terça-feira, 30 de julho, em São Paulo, o documentário “Real: Muito além de uma moeda”. No filme, marcam presença alguns dos especialistas que criaram o Plano Real, como Gustavo Franco, Pedro Malan e Edmar Bacha.
Nova velha política
Tabata Amaral – que era nome cotado para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PDT – saiu enfraquecida após a divulgação de que seu namorado foi um dos maiores fornecedores da campanha (recebendo mais de R$ 20 mil). Nos círculos da escola de lideranças políticas “RenovaBR”, por exemplo, a informação não foi bem digerida.
Vitimização Policial 1
O Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), quer criar uma nova pasta em sua gestão: a Secretaria Estadual da Vitimização Policial. Eleito com a promessa de enxugar a máquina política, fica a dúvida: qual será a necessidade de uma secretaria assim?
Vitimização Policial 2
Sensibilizado com um filme sobre policiais militares vitimizados no Rio de Janeiro, até o professor Olavo de Carvalho, apoiador de primeira hora do presidente, prometeu dar gratuidade a policiais em seu tradicional Curso Online de Filosofia.
No sul
Com o título de “Como dois deputados conseguiram gerar economia de R$ 1 milhão na Assembleia”, reportagem do jornal Zero Hora publicada na última quinta-feira (25) destacou o desempenho dos deputados estaduais gaúchos do Partido Novo, Giuseppe Riesgo e Fábio Ostermann. Segundo a matéria, tamanha economia foi fruto da “redução do gasto com assessores, corte de verbas de gabinete e restrição ao uso de diárias”.
Libertycon lembra Muro de Berlim
Entre os dias 1 e 2 de novembro ocorre em São Paulo, no Maksoud Plaza, a nova edição do “Libertycon Brasil”, evento promovido pelo Students for Liberty Brasil (Estudantes Pela Liberdade). O tema escolhido para o evento é “Derrubando Muros”, uma alusão aos 30 anos da queda do Muro de Berlim, ocorrida no início de novembro de 1989.
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