O vereador Gabriel Azevedo (Sem Partido), eleito em Belo Horizonte em 2016 para seu primeiro mandato e principal professor da edição de 2018 do “RenovaBR”, programa de lideranças pelo qual é responsável pela formação, publicou uma mensagem na última terça-feira (30) no Twitter que acabou deixando em desconforto ex-alunos e simpatizantes ligados ao Partido Novo. [1][2]
Comentando uma publicação do jornal Folha de S. Paulo cujo título dizia que o “presidente do Itaú avaliava que declarações de Bolsonaro não atrapalhavam reformas”, Azevedo escreveu que “só podia ser pior se gente com esse raciocínio nada democrático resolvesse criar um partido e fizesse política tendo como única preocupação a questão econômica”, terminando com um vago “Quer dizer…”.
Uma das críticas que já foram feitas ao NOVO é que a legenda seria ligada ao Banco Itaú pelo fato de João Amoêdo, fundador do partido, ter pertencido ao conselho do Itaú BBA. Compreendendo que tratava-se de uma crítica subliminar ao Partido Novo, alguns internautas criticaram o professor por “fazer uma pegadinha para fazer média com um grupo específico” ou ainda executar “um bom esforço para relacionar o NOVO com as péssimas declarações de Bolsonaro”. [6][7]
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Azevedo recebeu ainda respostas de ex-alunos do “RenovaBR”, como o deputado estadual Fabio Ostermann (NOVO/RS) – “Não entendi essa alusão do Gabriel” – e do deputado estadual Daniel José (NOVO/SP) – “Também não entendi”. [3][4][5]
Só podia ser pior se gente com esse raciocínio raso nada democrático resolvesse criar um partido e fizesse política tendo como única preocupação a questão econômica. Quer dizer… https://t.co/JbtQ5QJx6p
— Gabriel Azevedo (@gabrielazevedo) July 30, 2019
Gabriel, já que você acha que o problema do Brasil é o Novo (julgo isso pelo seus últimos tweets criticando indiretamente o partido), sugiro que você deixe claro que não recomenda voto nos seus alunos do Renova que são do Novo. Afinal, eles são filiados e concordam com o Partido.
— Fernando Macedo (@fmacedocosta30) July 30, 2019
Não entendi essa alusão do Gabriel.
— Fábio Ostermann (@FabioOstermann) July 30, 2019
Outro lado
O Boletim da Liberdade procurou o vereador Gabriel Azevedo para entender se a declaração tinha algum alvo específico. Ele negou que estivesse se referindo ao Partido Novo. “Quando eu critico algo, eu o faço diretamente citando o que venho a criticar. Na internet, há gente que não pode ver uma carapuça e quer usar. Minha crítica é genérica no sentido de que há pessoas no Brasil que não defendem o liberalismo na sua essência política, o que envolve uma dimensão mais ampla na lógica democrática”, disse.
Azevedo criticou ainda os partidos políticos brasileiros que, segundo ele, são “todos instituições obsoletas” e defendeu as candidaturas independentes. Sobre o “RenovaBR”, o professor frisou que sua posição não representa a organização, tratando-se apenas de manifestação individual, e elogiou a atuação dos alunos eleitos em 2018.
“Na escola de política onde sou professor, convivo com pessoas de todos os partidos políticos. Acompanho o mandato de todos os mandatários eleitos pelas mais diversas legendas e os 17, sem excetuar nenhum, executam um belíssimo trabalho. Enchem todos esse professor de orgulho. E não ligo para a legenda da qual fazem parte. Podem ser de qualquer uma das 33 existentes”, afirmou.
Lideranças
Atualmente, o “RenovaBR” possui oito lideranças eleitas pelo Partido Novo: os deputados federais Lucas Gonzalez (NOVO/MG), Vinicius Poit (NOVO/SP), Tiago Mitraud (NOVO/MG) e Paulo Ganime (NOVO/RJ), além dos estaduais Daniel José (NOVO/SP), Heni Ozi Cukier (NOVO/SP), Ricardo Mellão (NOVO/SP) e Fabio Ostermann (NOVO/RS).
Atualizado em 02/08 às 12h13: O vereador Gabriel Azevedo, no momento da publicação desta matéria, encontra-se sem partido. Originalmente, o Boletim publicou que o parlamentar estava filiado ao PMN, partido no qual jamais teve vínculo – na verdade, foi eleito em 2016 pelo PHS. Pedimos desculpas aos leitores.
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