A guerra interna no Partido Social Liberal entre os partidários da liderança de Luciano Bivar (PSL-PE) e os parlamentares mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro ganhou um capítulo intenso nesta sexta-feira (18). Bivar decidiu aplicar uma suspensão da atividade partidário de cinco deputados bolsonaristas. [1]
Luciano Bivar também anunciou a troca de comando de diretórios do partido comandados pelos filhos do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ao mesmo tempo, foram eleitas 52 novos representantes para o diretório nacional, considerados alinhados a Bivar, que terão direito a votar na eleição em novembro para a presidência da sigla.
Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR) e Alê Silva (MG) são os cinco parlamentares que foram suspensos. De acordo com o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), “há vasto material probatório de ataques que eles fazem ao partido, aos parlamentares do partido, ao presidente Bivar. É uma punição”. [2]
Os parlamentares suspensos não poderão participar de nenhuma atividade própria do partido. Alguns deputados ligados a Bolsonaro estão tentando oferecer soluções conciliatórias, como a possibilidade de Bivar autorizar a saída de 20 deputados do partido sem perda de mandato, mas as negociações não evoluíram.
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Manifestações
A deputada Carla Zambelli externou sua indignação em coletiva e nas redes sociais. Ela definiu a atitude da cúpula de Bivar como “ditadura” e alegou que a investida contra seu mandato é “contra milhares de pessoas” que representa.
A tentativa de suspender o meu mandato não é contra mim, mas contra milhares de pessoas as quais represento.
Não se trata de Carla Zambelli, @oficialalesilva, @carlosjordy, @filipebarrost ou @bibonunes1.
É contra vocês, brasileiros. É contra @jairbolsonaro quem defendemos.
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli17) 18 de outubro de 2019
Já Carlos Jordy definiu o gesto como “uma atitude arbitrária de uma gestão que não quer ser questionada por desmandos”. Disse ainda em seu Twitter que o PSL entrará no Conselho de Ética pedindo a cassação dos mandatos dos deputados suspensos e questionou o que o eleitor de Bolsonaro pensa a respeito disso.
Acabo de saber que o líder do PSL deu entrevista afirmando que a executiva nacional suspendeu a mim e mais 4 deputados. Uma atitude arbitrária de uma gestão que não ser questionada por desmandos. Com isso, somos impossibilitados de assinar qualquer lista. Não recuaremos!
— Carlos Jordy (@carlosjordy) 18 de outubro de 2019
A deputada Alê Silva diz que as ameaças de cassação vindas do partido são “mais um blefe” e tudo está acontecendo porque os deputados decidiram “abrir a caixa preta do PSL”. Daniel Silveira disse que “quem manda é o povo e vamos mobilizar este pelo presidente”. Já o gaúcho Bibo Nunes não se manifestou até o fechamento desta matéria.
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