O Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, responsável pela organização das eleições naquele país, confirmou na noite desta segunda-feira (21) a reeleição em 1º turno do presidente boliviano Evo Morales com quase 47% dos votos, apurados mais de 95% das urnas. Na Bolívia, é possível ganhar em 1º turno quando o mais votado possui mais de 40% dos votos e há uma diferença de mais de 10% do segundo colocado. [1][2]
A apuração boliviana foi repleta de questionamentos e o concorrente de Morales, o ex-presidente Carlos Mesa (2004-2005), não reconheceu o resultado. Uma das motivações para isso é que informações preliminares indicavam a alta probabilidade de haver segundo turno, com uma votação bem mais equilibrada, e também por ter havido mudança na apuração dos votos. [3]
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Para desespero da oposição, a Justiça recomeçou a apuração para reiniciá-la com um segundo método. Segundo relatos veiculados nos principais veículos de imprensa, após a medida, foram registrados buzinaços e protestos nos principais centros urbanos contra o resultado que deu nova vitória a Morales. [4]
“De forma arbitrária, discricionária e obviamente por ordens do governo de Evo Morales, o Tribunal Supremo Eleitoral interrompeu a contagem dos votos”, denunciou Mesa à imprensa internacional, antes mesmo de ser divulgado o resultado final com a confirmação da reeleição.
Evo Morales
Presidente desde janeiro de 2006, Evo Morales é líder sindical, filiado ao Partido Movimento para o Socialismo e tem sido um dos mais proeminentes líderes de esquerda da América Latina nos últimos anos.
Ao longo de seu governo, aliou-se com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, no Brasil, Rafael Corrêa, no Equador, e Hugo Chávez e Nicolás Maduro, da Venezuela. Mesmo crítico à prisão de Lula e tendo já reclamado de perigos na democracia brasileira, Morales mostrou seu lado pragmático. Dependente dos negócios brasileiros o presidente boliviano marcou presença na posse do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em janeiro.
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