O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, tendo Cristina Kirchner como vice, tentou sinalizar moderação nesta segunda-feira (28), depois de demonstrar apoio à libertação do ex-presidente Lula. Ele disse que se vê como um “liberal de esquerda” – ou, mais especificamente, um “liberal progressista peronista”. [1]
“Acredito nas liberdades individuais e acho que o Estado tem que estar presente para o que o mercado precisar”, definiu. “E sou um peronista. Estou inaugurando o braço do liberalismo progressista peronista”. Vitorioso com quase 48%¨dos votos, Fernández é amigo pessoal da família Kirchner e membro do Partido Justicialista, fundado por Juan Domingos Perón.
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A declaração pode soar paradoxal para muitos, já que o general Juan Domingos Perón, a figura política histórica mais influente da Argentina, inspirou o movimento do peronismo ou justicialismo, que é normalmente considerado uma variante do populismo latino-americano e, portanto, antiliberal. Um de seus eixos era a legislação trabalhista, tal como no regime do ditador brasileiro Getúlio Vargas.
O empresário Maurício Macri, ainda presidente e derrotado na tentativa de se reeleger, chegou ao poder com o discurso de promover reformas liberais. Porém, sua gestão não surtiu os efeitos desejados e, ainda em abril, ele havia anunciado medidas intervencionistas como o congelamento de preços. Fernández propõe reduzir taxas de juro e estimular o comércio e o consumo, o que desperta críticas dos economistas liberais. [2][3]
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