Assessor especial de relações internacionais e um dos principais nomes do entorno do presidente Jair Bolsonaro, Filipe G. Martins defendeu neste domingo (3) no Twitter que o momento atual “é a primeira vez que [o Brasil] pode alcançar a cura do patrimonialismo”, considerado por ele “a mais grave das doenças nacionais”. [1]
Em uma sequência (“fio”) constituída por dez publicações, Martins sustentou que “no frágil capitalismo brasileiro, as grandes empresas de qualquer setor sempre, ou quase sempre, têm o Estado como seu principal sócio; como único cliente disposto a pagar o que cobram pelos serviços e produtos que oferecem”.
Segundo ele, esse vínculo gerou relações “marcadamente promíscuas” entre o “Estado e as grandes empresas”, citando setores como “telecomunicação, de jornalismo, de construção civil, serviços bancários etc”, o que impediria o Estado de funcionar como “máquina administrativa impessoal” para favorecer “interesses particulares”.
“Para reverter essa situação – na verdade, um problema estrutural e não meramente conjuntural -, é necessário adotar uma política anti-patrimonialista, o que equivale a dizer […] que se oponha ao aparato patrimonialista do poder dentro e fora do Estado”, escreveu.
Uma vez adotadas essas políticas, destacou Martins, elas não ocorreriam “sem afetar interesses particulares e provocar a reação dos seus defensores dentro do aparato estatal” e que, por isso, só poderiam ser bem-sucedido “com um amplo apoio popular, vindo de uma sociedade que só florescerá quando cumprir essa etapa de seu próprio processo de emancipação”.
“Em nenhum momento de nossa história, as condições foram tão favoráveis à realização desse enfrentamento e à superação da chaga patrimonialista quanto o atual, no qual o presidente foi eleito sem firmar compromissos com os donos do poder e está livre para fazer o que é necessário”, concluiu, dizendo ainda que apenas a “liberalização e a abertura da economia não basta”.
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