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Trump cometeu abuso de poder, aponta primeiro relatório do impeachment

Avaliação dos políticos, analistas e imprensa, no entanto, é que por mais a aprovação do impeachment de Donald Trump seja provável na Câmara, a maior dificuldade continuar ser obter 2/3 dos votos no Senado
Donald Trump (Foto: Reprodução / Skynews)

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Donald Trump (Foto: Reprodução / Skynews)

A situação do presidente norte-americano Donald Trump se complica na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a medida que avança o processo do impeachment. Nesta terça-feira (3), foi divulgado o relatório de inteligência (feito pelas comissões de inteligência e relações exteriores da Casa) que afirma que o presidente cometeu abuso de poder. [1][2]

A divulgação do documento é parte do script do impeachment norte-americano e ele é direcionado à Comissão de Justiça, que poderá fazer novas audiências e, ao fim, produzir outro relatório com um parecer final. Por ser de maioria democrata, é provável que esse segundo parecer também seja de teor acusatório contra Trump.

Segundo o documento divulgado nesta terça (3), Trump “colocou seus próprios interesses pessoais e políticos acima dos interesses dos Estados Unidos” e a sua conduta de presidente buscou “minar a democracia e pôr em risco a segurança nacional”. O caráter das acusações é grave.

Trump, como se sabe, é acusado de ter negociado favores de Estado com o governo da Ucrânia em troca de informações que pudessem prejudicar o filho de Joe Biden, que era considerado o mais provável candidato democrata nas eleições de 2020. Buscar a interferência estrangeira no processo eleitoral interno também foi citado no parecer como algo grave.

Segundo o The New York Times, embora ainda não tenha havido a acusação formal, a percepção política entre democratas e republicanos é de que será, de fato, inevitável o julgamento sobre o impeachment no Congresso.

Nesse sentido, é possível que, ao menos na Câmara, todo o Partido Democrata (com 233 votos) se posicione favorável em bloco contra todo Partido Republicano (197). Nos Estados Unidos, para o impeachment ser aprovado entre os deputados, basta maioria simples (diferente do que ocorre no Brasil, onde é requerida maioria qualificada).

A maior dificuldade, no entanto, seria a aprovação do impeachment no Senado. Na Casa, é preciso ter mais de 2/3 dos votos para Trump sair. No entanto, os democratas têm apenas 45 cadeiras, enquanto que os republicanos têm 53. [3]

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