Acabar com privilégios e privatizar tudo foram algumas das palavras que, vindas do deputado estadual Arthur do Val (DEM/SP), conhecido pelo canal “Mamãe Falei” e ativista do MBL, irritaram sindicalistas na noite desta quarta-feira (4) na ALESP. O resultado foi uma investida em grupo contra a integridade física do parlamentar, exigindo o encerramento da sessão.
A confusão teve início quando a Assembleia Legislativa de São Paulo foi novamente palco de discussões envolvendo a reforma da Previdência do estado e, em sua manifestação, Do Val chamou os líderes sindicais e parlamentares do PT de “bando de vagabundos”. A qualificação foi usada pelo deputado em vários momentos, enquanto o presidente da sessão interferia e pedia que ela fosse retirada dos autos.
Em determinado momento, começaram a vir da plateia gritos contra Do Val: “Uh, vai morrer!”. Do Val não cessou de questioná-los e ironizou o deputado Enio Tatto, do PT, por suas críticas ao PSDB: “Quero saber de vocês, onde estavam quando o PT votou no PSDB para presidência da casa, bando de vagabundo. Onde estavam? Cadê o líder sindical? É vagabundo sim. Olhe pra mim, você está com medo? Eu quero saber do bando de petistas que querem o ‘Lula Livre’…”, provocou.
Depois que Do Val ameaçou acabar com todos os privilégios dos sindicalistas, um grupo de deputados avançou para a tribuna, investindo contra Do Val, e ele ergueu os punhos, sendo envolvido pelos agressores. A sessão foi encerrada e a ajuda da Polícia Militar foi convocada para proteger o parlamentar.
A visão do deputado
Arthur do Val publicou um vídeo em seu canal no Youtube no final da noite dizendo-se “preso” na cozinha da Assembleia porque “tem um monte de sindicalista lá fora querendo me matar”. Segundo ele, existe um movimento do PT, do PSDB e do DEM para aprovar um projeto permitindo gastar R$40 milhões a mais com propaganda.
Quando a deputada Janaína Paschoal (PSL/SP) discursou contra isso e defendeu a reforma previdenciária e a contenção de gastos, Do Val ressaltou que os sindicalistas tentaram intimidá-la, interrompendo a sessão e chamando-a de “nazista” e “assassina”. Ele afirma que foi isso que o motivou a se manifestar, depois que o deputado Ênio Tatto subiu à tribuna e disse que Janaína “sentou no colo do governador João Doria”.
Ele então começou a ser ameaçado de morte pelos sindicalistas na plateia. “Os caras vêm me ameaçar, dizer que vão me pegar lá fora, me exaltei mesmo”, sintetizou. Em dezembro de 2018, o vereador Fernando Holiday (DEM/SP), também ligado ao MBL, foi alvo de um tiro ao sustentar, como relator, a reforma previdenciária na Câmara dos Vereadores.
Denúncias do MBL
O Movimento Brasil Livre divulgou que os deputados petistas Barba, Luiz Fernando, Ênio Tatto e Emídio de Souza protagonizaram a investida violenta contra Arthur do Val. Ao mesmo tempo, o movimento informou que o deputado Heni Ozi Cukier, do Partido Novo, tentou defender Do Val do linchamento e foi mordido por um dos agressores. [1] [2]
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