A deputada federal Patrícia Ferraz (Podemos/AP) assumiu o mandato em outubro de 2019 com a licença temporária do deputado federal Vinicius Gurgel (PL/AP). Ligada ao Movimento Brasil Livre do Amapá, a parlamentar se considera “extremamente liberal” e, nesses meses como deputada, tem atuado em prol de pautas como a reforma da previdência.
Confira, abaixo, a entrevista exclusiva que o Boletim da Liberdade teve com ela em mais um capítulo da série perfil.
Boletim da Liberdade: Qual foi a sua grande motivação para ser candidata a deputada federal?
Patrícia Ferraz: Em 2012, eu fui vitima de violência doméstica, fui agredida e espancada na frente do meu próprio filho, e travei uma luta incessante para conseguir justiça, que não é fácil nesse Brasil. Aqui, a gente vê um sistema extremamente burocrático, inúmeros recursos, falta de compromisso, falta de estrutura do setor público e eu fui uma das mulheres que entrei na lista das mulheres agredidas. Mas enfrentei, fui ameaçada de morte, tive que fugir do meu estado e, quando estava em Brasília, eu disse: “eu preciso fazer a diferença, eu preciso levar a minha voz às mulheres que passam pelo mesmo, eu preciso fazer a diferença, eu preciso ser ouvida”.
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Foi em 2014 que eu fui candidata [pela primeira vez] a deputada federal pelo Amapá. Nunca tinha participado de nenhuma campanha política, não sou de família política, não venho da velha política e fui candidata e acabei ficando também como primeira suplente: tive 9.678 votos e perdi a eleição por 327 votos. Mas a vida é assim e depois disso eu lembro exatamente quando um dos meus coordenadores de campanha chegou na minha casa e disse que nós perdemos. Eu respondi: “não, nós ganhamos, por quê quem era a Patrícia? A Patrícia era apenas uma mulher que tinha sido vítima e a Patrícia hoje é conhecida em todo o Amapá e ficou como primeira suplente do nada”, com muito trabalho e muito esforço
E aí ele falou “e agora, quais são os planos?” e eu “os planos é levantar a cabeça e começar tudo de novo, agora nós teremos muito mais tempo para planejar a campanha e em 2018 nós vamos ganhar a eleição”. E tanto é que caminhamos todo o estado, conheço todos os munícipios, inúmeras comunidades, subi rio, desci rio, conheço cada cantinho do estado que eu amo e fui a 7ª mais votada em 2018 com 12.950 votos. Aumentei a minha votação em mais de 30%, fui dos poucos deputados assim nos primeiros lugares que teve um aumento significativo de votos. Isso por que as pessoas viram que a Patrícia pode ser uma esperança de mudança mas uma mudança de verdade, uma mudança real, por que não adianta você querer e ir lá prometer coisas que provavelmente não vão acontecer.
Você tem que chegar lá e falar para as pessoas a verdade, olhando nos olhos, segurando nas mãos e indo para a rua. E as pessoas perguntam como você teve uma campanha com poucos recursos e tantos votos e é simples, vai para a rua ouvir o povo, vai ver o que povo quer e vai construir um projeto real, projeto eficaz. E, por causa do sistema, a minha coligação teve um partido que teve os votos anulados por conta de não prestação de contas e aí eu fiquei como primeira suplente. Agora eu fui chamada no inicio de dezembro, para assumir o mandato, e estou assim com toda garra, toda força e toda vontade e acabei de fazer meu primeiro discurso ali na tribuna (se referindo ao seu primeiro discurso na tribuna do Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados), dizendo do absurdo da resolução 150 que saiu nesse final de semana, que tirava milhares de profissionais do MEI e taxava num sistema com mais impostos, mais impostos que pelo amor de Deus, o Brasil é um dos países que mais arrecada impostos no mundo, que tem uma carga tributária altíssima e que as pessoas não veêm esse recurso voltado para a população, por que realmente se você falar que vai pagar 27,5%-30% de imposto, mas você vai chegar no hospital e vai ter remédio, vai ter leito, vai ter médico, vai ter ruas asfaltadas, vai ter rodovias sinalizadas, vale a pena? Vale. Agora você ser taxado com tantos impostos e chegar e não ter praticamente nada, então isso é um cúmulo e ainda ter mais impostos? Então sou extremamente contra, sou extremamente liberal, acho que o Brasil tem que ter uma política liberal, de abertura de comércio, reduzir a máquina pública, sou super a favor da reforma admisnitrativa, a favor da prisão de segunda instância, tem que ter uma reforma administrativa em tudo.
Sou extremamente liberal, acho que o Brasil tem que ter uma política liberal, de abertura de comércio, reduzir a máquina pública, sou super a favor da reforma admisnitrativa, a favor da prisão de segunda instância, tem que ter uma reforma administrativa em tudo.
O sistema tem que ser enxuto, a gente tem que ver o recurso público voltado para a população e é nisso que eu acredito, estarei aqui travando uma batalha onde posso ser mais uma, mas serei a voz do povo aqui, a gente tem que ouvir a voz da rua, não adianta você ser eleito pelo povo e aí você chega aqui e esquece da onde você veio? Eu vim do Amapá, 12.950 pessoas foram às urnas digitar o meu número, eu tenho que honrar essas pessoas, por que senão quando eu voltar eles vão me cobrar e hoje o que eu vejo nas redes sociais, as pessoas que me mandam mensagem no meu instagram, no meu facebook, no meu whatsapp é parabenizando tudo que a gente fez. As pessoas acreditam em mim, então eu tenho que ser aqui a voz dessas pessoas, eu tenho que chegar lá e essas pessoas falarem “nossa, eu tenho orgulho de você ser a nossa deputada, eu tenho orgulho de você chegar lá e fazer a diferença” e é isso o que eu vim fazer aqui, é isso o que me move, é uma pessoa colocar a minha foto no seu facebook e falar que tem orgulho da minha deputada, é isso o que eu vim fazer aqui. Sabe, por que eu não posso ser mais uma que passou, e só passou.
Eu tenho que ser a Patrícia Ferraz que veio aqui e representou o meu povo. Se vai ser um dia, se vai ser um minuto, esse minuto tem que ter valido a pena para aquela pessoa, ela tem que ter orgulho de mim. Eu tenho um filho, Mateus, de 15 anos, e em todos os lugares que eu vou eu deixo isso bem claro, é um menino super politizado, que foi para rua, distribuiu panfleto, foi para o sinal, andou e que, depois da campanha, muitas pessoas falaram assim pra mim “eu votei em você por que o seu filho veio aqui pedir o voto, por que o seu filho estava com o seu panfleto, distribuindo e dizendo que acredito na minha mãe, acredite também”, então tem que honrar essas pessoas e nós temos uma pauta muito importante que é a prisão em segunda instância, as pessoas já foram para as ruas várias vezes, não só uma ou duas não, o Senador Kajuru fez agora uma pesquisa e 95% da população quer a prisão em segunda instância, então o que nós temos que fazer? Se a gente vive numa Democracia, e o que é uma Democracia? É a vontade do povo, é a vontade que vem das ruas, é a voz do povo. Se nós somos os representantes a gente tem que ouvir a nossa voz e a gente tem que ser a favor da prisão em segunda instância.
Ah! Mas é Cláusula Pétrea e fere a Constituição, mas nós estamos aqui com uma consultoria fantástica, que é a consultoria da Casa (se referindo aos consultores jurídicos e legislativos da Câmara dos Deputados) e a gente tem que achar uma saída. A gente tem agora a Comissão da prisão em segunda instância e a gente está aqui, realmente, para ver as leis e para achar uma forma de fazer uma atualização, por que o mundo é globalizado, o mundo vem de uma evolução muito grande, e se, a gente não evoluir a gente vai ficar para trás, dos países da ONU o Brasil é o único país, ainda, que não tem a prisão em segunda instância, e então isso isso é um absurdo. A nossa política externa também pede isso, nós temos que mostrar para o mundo que o Brasil está evoluindo, e como que nós vamos evoluir? Através do parlamento, através do executivo, do legislativo, das nossas casas de leis, ouvindo o que o povo quer. Não dá mais tempo para parar e pensar, o povo está exigindo as coisas e a gente realmente tem que mostrar que estamos aqui para fazer a vontade do povo, para fazer a diferença e para dar orgulho para o Brasil. O Brasil tem jeito, eu acredito nisso!
Boletim da Liberdade: A senhora falou da reforma administrativa, sabemos que o governo tem muito desejo em aprovar logo, mas, acredita que ainda haverá mais debate sobre esse tema do gov federal, por exemplo, com sindicatos para tentar mandar um projeto que possa ser aprovado rápido ou acredirta que será enviado como está, que tem sido muito criticado, e aprovado como for?
Patrícia Ferraz: Eu acho que a gente tem que o projeto vindo para esta Casa, esta Casa tem que abrir audiência pública, tem que fazer ouvir o povo, é o que eu acho. Não adianta vir de cima para baixo, tem que ser desse jeito e pronto, e isso não é Democracia. Se vier novamente para esta casa a gente tem que discutir, discutir com a sociedade civil, discutir com as entidades, para que a gente ache a melhor forma de fazer o Brasil crescer. Hoje nós temos mais de 12 milhões de desempregados, de pessoas na informalidade, de pessoas esperando uma oportunidade e se a gente não analisar essas reformas e fazer as reformas que o Brasil precisa, nada disso vai acontecer e o Brasil não vai crescer.
A gente teve uma redução, o déficit do PIB estava previsto para 120 milhões e a gente conseguiu cair para 80 milhões, que já é um grande avanço, mas a gente tem que continuar reduzindo, o governo esta propondo medidas e a gente está falando de reformas, e a reforma da Previdência foi um grande avanço, que a gente fala que foi o Governo que propôs, foi mas foi toda uma mobilização de uma sociedade. Nós fazemos parte de grupos que apoiaram a reforma, que fizeram manifestações, que conversaram com a sociedade, então isso foi um consenso de todos, tanto a reforma tributária, a reforma administrativa, a reforma trabalhista e todas as reformas que o Brasil precisa, também tem que ter apoio dessas entidades, por que sozinho ninguém vai conseguir chegar a lugar nenhum. Ah, mas o partido A, o partido B, o partido C, todo mundo está divergindo então vamos entrar no consenso, a gente tem que ter um consenso, a gente tem que ter diálogo, se trazer essa Resolução (150) é exemplo, não teve diálogo nenhum, a Casa disse que já vai barrar e aí o Governo foi e revogou, então as coisas hoje já não funcionam mais assim, a gente tem rede social que se você posta um post, faz um discurso, ele viraliza em questão de uns minutos, então não dá mais para tomar atitudes que a gente não vive aqui um sistema que é único, a gente vive numa Democracia, então não dá mais, esse tipo de atitude não vai passar, essa Casa de leis tem 513 deputados e ali nós temos 81 senadores, que representam o povo.
Tem divergências ideológicas mas ninguém aqui diverge que o Brasil precisa crescer, que o Brasil precisa sair desse número absurdo de desempregados, tem que gerar emprego, tem que gerar renda e ninguém vai discutir isso aqui. Agora, qual a melhor forma a gente tem que achar no consenso, vai ser a reforma administrativa? Vai ser a reforma tributária? Eu sou super a favor de um imposto único, sempre, por que é um absurdo a carga tributária que a gente paga, onde os mais pobres pagam mais e os mais ricos pagam menos, isso não é igualdade de direitos, a gente tem que criar oportunidades e a gente vê que não é isso, infelizmente, que está acontecendo e essas reformas são importantes? São importantes!
Eu sou super a favor de um imposto único, sempre, por que é um absurdo a carga tributária que a gente paga, onde os mais pobres pagam mais e os mais ricos pagam menos
Como que a gente vai aprovar? Debatendo? Discutindo? Achando um consenso? Então é isso que eu sou super a favor, os trâmites que vamos ter aqui na Casa, a gente tem sensibilidade do nosso presidente, tanto do Senado quanto da Câmara, o presidente do Senado é do meu estado, e nós temos que ter a sensibilidade dos nossos presidentes para que a gente consiga entrar no consenso e ajudar o Brasil. O meu estado tem 25% da população abaixo da linha da pobreza, não dá mais, tem que ter políticas públicas sérias, não dá mais de brincar de fazer política, o povo não quer isso.
Boletim da Liberdade: A senhora como deputada do Amapá, e o presidente do Senado Davi Alcolumbre, tem puxado pautas importantes para o Brasil mas como vê que o seu trabalho junto com os outros deputados do Amapá e o presidente Alcolumbre podem vir a melhorar a vida do Amapá?
Patrícia Ferraz: Foi uma das melhores coisas que poderiam acontecer para o nosso estado pois o presidente Alcolumbre é muito atuante em nosso estado. Ele viu e já foi vereador, já foi deputado federal, senador e agora presidente do Senado. Davi tem acompanhado as pautas e necessidades do Amapá e tem feito muito, tem liberado muito recurso nas obras paralisadas, empréstimo no BNDES, tem ido com os Ministros no estado, verificando o que o estado não desenvolvia, o que estava travado e tem tentado ajudar muito, eu vejo que agora é a oportunidade do nosso estado crescer e não só o Amapá que o Davi tem olhado, tem olhado para o Brasil inteiro.
A questão da Amazônia, as queimadas na Amazônia, foram à Madri (Espanha) no COP 21 e levou o prefeito de Macapá, o Senador Randolfe Rodrigues, então tem uma equipe do Amapá, por que o Amapá é o estado mais preservado da Federação então eu vejo uma sensibilidade do presidente Davi, eu vejo a sensibilidade da bancada do Amapá e eu acho que a gente tem que fazer uma união, tem deputados de vários partidos e o que a gente acredita é no desenvolvimento do nosso estado preservando o desenvolvimento sustentável, desenvolvimento da Amazônia, a gente comunidades ribeirinhas que qual é o sustento? É o peixe, a farinha, a floresta, a castanha mas a gente pode levar, a Natura já está no sul do estado para gente fazer os cosméticos, a gente tem produtos fantásticos, nós temos o açaí, que é um boom, ninguém tem um açaí melhor que o nosso, é o melhor açaí do mundo.
E a gente precisa fazer com que esses micro empreendedores tenham crédito e que eles possam industrializar o nosso produto e exportar, nós temos o Porto de Santana que tem um dos melhores calados do Brasil. Ali tem um setor turístico que não é explorado, se você for a Macapá ela é a única capital banhada pelo Rio Amazonas, que é o maior do mundo, tem o Marco Zero, que você coloca um pé no Hemisfério Norte e outro pé no Hemisfério Sul, então o Amapá tem um potencial turístico gigantesco e a gente tem que aproveitar isso. A gente tem que falar que o presidente do Senado é do Amapá e as pessoas falarem “do Amapá? Mas onde é o Amapá? Deixa eu ver no google e falar nossa, olha que lugar lindo, olha as belezas, olha os rios, olha as cachoeiras, eu vou conhecer esse estado!”, então a gente tem que aproveitar isso para fazer o desevolvimento sustentável, para gerar emprego, para gerar renda para aquele povo. Por que assim, é o estado mais lindo do Brasil, os rios são maravilhosos, mas precisa de desenvolvimento. A gente tem a BR 156 que até hoje não foi asfaltada, a gente tem a ponte bi-nacional que foi um acordo com a França, que liga o Brasil com a Guiana Francesa, que liga o Oiapoque que é no norte do nosso estado e, assim, precisa ser desenvolvido. Ali a gente está a 5 minutos da França.
E por que o Amapá não é um estado mais desenvolvido, mais empregos e aí você vê 25% da população abaixo da linha de pobreza, a gente vem discutindo agora o marco do saneamento e é o estado que menos recurso recebeu para saneamento básico no Brasil. Eu tenho apenas 6% do meu estado com saneamento básico, é esgoto a céu aberto. Eu espero que o nosso presidente tenha a sensibilidade de ver a carência do nosso povo e esse potencial que nós temos e nisso fazer o desenvolvimento, melhorar o estado com um todo e aí passa um filme na cabeça de todos os lugares que eu andei, a dificuldade das pessoas, a dificuldade de acesso daquele pescador que está na comunidade ribeirinha, até para ele votar ele tem que pegar um barco, então ele vai exercer a Democracia, ele tirar até 2 ou 3 horas para ir votar, por que ele acredita na política. Então eu chego aqui eu tenho que fazer valer o esforço daquela pessoa, eu tenho que chegar e falar que agora estou aqui e eu vou lá na floresta, eu tiro meu açaí, eu entrego meu açaí numa cooperativa, sem atravessador e aí essa cooperativa bate o açaí, exporta para a Europa, por que aqui eu tenho um porto e volta o meu recurso e aí eu vou ter como colocar sustento para minha família, vou poder comprar mais coisas e aí vai movimentar o comércio e tudo é um ciclo e isso depende de nós, fazer com que essas pessoas tenham acesso ao micro-crédito, ao desenvolvimento, a facilitar ter uma conta no banco, a facilitar a ter a sua cooperativa e isso depende de nós e, eu sei que, o presidente é muito sensível, ele é um apaixonado pelo Amapá, por que todas as vezes que eu vejo, os discursos deles são: “eu sou do Amapá, eu sou do Amapá”, e a gente tem que fazer isso, a gente tem que levantar a nossa bandeira.
Boletim da Liberdade: Como avalia o governo federal no seu primeiro ano? E qual nota você daria ao presidente Bolsonaro?
Patrícia Ferraz: Acho que o Brasil estava numa situação muito díficil. Melhorou? Melhorou. O presidente Bolsonaro tem uma equipe técnica muito boa. Tem o Ministro Sergio Moro que tem feito um trabalho, sendo homenagedo no Dia Mundial contra Corrupção, numa sessão solene aqui (na Câmara dos Deputados), então ele tem uma equipe muito boa. O Ministro Paulo Guedes também tem feito um bom trabalho na Economia. Governar um país continente, com tantas desigualdades não é fácil. Os problemas do sul do Brasil não os problemas do norte do Brasil, uma ou outra pauta podem convergir mas tem muita pauta diferente, prioridade no nordeste com a falta de água, prioridade no Amapá com o saneamento básico e geração de emprego e renda. Então cada estado tem a sua pecualiriedade, é fácil governar o Brasil? Não é fácil, por isso, tem todos esses Ministérios, com tantos técnicos.
O presidente Bolsonaro tem uma equipe técnica muito boa. Tem o Ministro Sergio Moro que tem feito um trabalho, sendo homenagedo no Dia Mundial contra Corrupção
Então eu vejo que não adianta a gente ficar só julgando e julgando o que não deu certo e já querer um resultado imediato. A política de governo é uma política programada e o que você vai resolver agora de curto, médio e longo prazo e a gente tem visto alguns indicadores melhorar, temos. A gente tem visto o déficit reduzir? Reduziu. A gente tem visto a economia crescer a passos lentos? Temos. A gente queria mais? Eu queria mais, óbvio! A gente viu agora que reduziu um pouco o numero de desempregado? Reduziu e é pouco? É mas já é alguma coisa. Então o que agente precisa fazer é acreditar que vai dar certo e torcer. Ser oposição por oposição, isso não combina com a Patrícia. O dia que tiver algo que eu não concorde, eu vou falar. Igual recentemente eu mobilizei, coloquei nas redes sociais, liguei e já tinha agendado reunião no Ministério da Economia. Então quando tiver algo que vai ser prejudicial pro povo, eu vou ficar do lado do povo. Quando tiver algo de bom eu vou usar a tribuna da Câmara para elogiar. Então eu acho que esse é o nosso papel como Parlamentar, apoiar o presidente nas medidas que favoreçam o Brasil e muitas vezes até orientar por que o presidente ele pode não saber de tudo o que está acontecendo, por que eu sei que ele tem boas intenções, ele foi eleito pela maioria do povo.
Então ele não pode estar enganando todo mundo, não pode estar. Então vejo que ele tem boas intenções, que ele quer consertar o Brasil, vem projetos muito bons da ordem do executivo para o legislativo e a gente está aqui para somar, com o presidente, com o governo, com essa Casa de Leis e, principalmente, com o povo. E quem tem que dar a nota é o povo. E teve uma pesquisa agora, e eu acho muito cedo para fazer pesquisas, eu acho muito cedo para a gente já pensar numa reeleição, num substituto, acho que agora a gente está na hora da governabilidade e então o povo vai avaliar que nota esse governo teve em 2022, se o presidente for candidato a reeleição ou não, e aí o povo vai dizer se o governo foi ruim. Hoje a minha função como parlamentar é ficar do lado das políticas que são benéficas para o povo. Então eu penso isso, a nota quem vai ter que dar somos nós, todos os brasileiros, no final do mandato e avaliar o que tem acontecido de bom e o que foi ruim.
Boletim da Liberdade: Como a senhora vê o Brasil daqui a 10 anos?
Patrícia Ferraz: Eu sou uma esperançosa no Brasil. Eu vejo o Brasil com oportunidades, eu vejo as pessoas andando com segurança na rua, eu vejo a prisão em segunda instância aprovada, e tendo certeza que não é só impunidade e tudo não termina em pizza, eu vejo um Brasil onde as pessoas tenham mais empregos, eu vejo um turismo, eu vejo muitas coisas boas para o Brasil. Eu tenho muitas esperanças que o Brasil de amanhã vai ser muito melhor que o Brasil de hoje. A gente tem que acreditar, por que se eu não tiver esperança e batalhar por aquilo que eu quero e tiver um norte, do que eu desejo ao Brasil. Eu desejo um Brasil justo, ético, transparente, um Brasil de oportunidades. Então eu tenho que caminhar baseado nesse objetivo, nesse norte. Por que se eu falar, ah daqui a 10 anos vai ser um Brasil muito pior, sem oportunidades, então o que eu estou fazendo aqui? Qual é a minha missão? Fazer algo melhor, então eu vejo esse Brasil.
Eu vejo um Brasil aonde as passagens aéreas serão mais acessíveis, onde o dólar vai ser mais barato e que a gente possa abastecer o nosso carro sem pagar quase 5 reais num litro de gasolina. Você tem uma carga tributária altíssima, então você vai ao supermercado e leva 100 reais e não compra praticamente nada, como que um trabalhador vai sobreviver com meio sálario mínimo, é quase impossível. Então toda vez que eu vou ao supermercado, eu olho pra pessoa do caixa e falo que será que sou apenas eu quem reclamo? Então eu quero um Brasil que as pessoas não reclamem tanto, por que nunca você vai agradar todo mundo. Mas eu vejo um Brasil onde seja mais justo, eu quero um Brasil justo amanhã, depois de amanhã, daqui a 10 anos, daqui 50 anos, eu quero um Brasil justo para todo mundo, por que quando você diz o que é Democracia? Democracia é igualdade de direitos e deveres.
Então eu quero um Brasil para todos, igual. Que sejamos todos iguais, é isso que eu quero para sempre, é isso que eu acredito como meu norte, a igualdade de direitos e deveres, não aos privilégios e foi super interessante quando foram lá e “deputada, a senhora vai aderir aqui a qual sistema?” (se referindo a aposentadoria como parlamentar) e eu optei pelo sistema normal da previdência, se eu levantei a bandeira da reforma da Previdência, eu não posso ser hipócrita de na hora de ser comigo eu fazer diferente, então o exemplo tem que começar na gente, a gente tem que cortar na própria carne, então eu vejo isso, eu tenho que ser igual para que os meus, as pessoas que acreditam em mim digam “nossa, se ela é igual eu também tenho que ser igual” então que quero um Brasil assim, eu crio o meu filho assim, e o que mais me motiva é quando ele manda uma mensagem para mim e diz “mãe, eu te amo! A senhora me ensinou a ser honesto, a senhora me ensinou a ser digno” então você já imaginou daqui a 10 anos, eu não ser mais deputada, por que eu não sou, eu estou e o meu filho estar aqui e dizer “eu aprendi com a minha mãe a ser honesto, íntegro, e lutar por direito iguais” então eu vejo a política assim, eu vejo o Brasil assim, e eu vejo como oportunidade que as pessoas precisam agarrar e tem uma música que eu gosto muito, que sou muito temente a Deus, e outro dia eu estava na Igreja e chorando e chorando, eu só fui agradecer a Deus, por que nem no meu maior sonho, eu imaginaria fazendo o que estou fazendo e as pessoas elogiando, sempre quis, mas nunca imaginei tudo isso que acontece.
Eu optei pelo sistema normal da previdência, se eu levantei a bandeira da reforma da Previdência, eu não posso ser hipócrita de na hora de ser comigo eu fazer diferente, então o exemplo tem que começar na gente, a gente tem que cortar na própria carne
Então isso é honra, se você honra os teus, Deus te honra e Deus te coloca nos lugares mais altos, então não coloque limite para os teus sonhos e sua Fé, coloque Deus, determinação, força e aí você vai ver uns 10 anos atrás e você vai lembrar dessa nossa entrevista. Por que eu não coloquei limite, eu só coloquei determinação mas também não adianta colocar determinação e não colocar atitude. A gente tem que ter atitude para conseguir o que a gente quer, o que a gente precisa e o que eu quero é dar às pessoas, não adianta eu querer pra mim, por eu vou morrer e não vou levar nada, não vou escolher nem a roupa, que vou estar no caixão, então eu tenho que fazer pelas pessoas e aí Deus vai me honrar. Eu penso nisso, é isso que eu acredito, e é esse Brasil que eu quero.
Boletim da Liberdade: Para finalizar, eu sempre peço uma dica de livro de cabeceira, para que nossos leitores possam conhecer melhor que é a pessoa da Patrícia Ferraz. Qual seria a sua dica?
Patrícia Ferraz: O que eu estou lendo é do MBL (Movimento Brasil Livre), “Como um bando de desajustados fizeram o impeachment”. E eu achei engraçado é que só tem homem na capa do livro e cadê as mulheres? As mulheres também precisam se posicionar na política ou aonde ela quiser. Mas também estou lendo “Por que as Democracias morrem” que acho interessantíssimo e eu tenho vários, alguns como “Coisas que você precisa ter na vida para poder ser feliz”, para poder ter paz, tranquilidade, poder deitar. Acho que cada um é um pouco da Patrícia. Mas o meu livro fundamental, esse aqui eu ando com ele no celular que é a Bíblia, Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Então esse é meu livro, que quem pensar naquela mulher que está lá, vou ler um versículo da Bíblia, que acho que é importante.
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