O vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, anunciou nesta quarta-feira (11) que decidiu se desvincular do Partido Novo e ficará sem partido por enquanto. A sigla tem no governador mineiro Romeu Zema sua primeira experiência no comando do Poder Executivo. [1]
O anúncio foi feito no dia em que, depois de Romeu Zema decidir sancionar parcialmente o projeto de lei do próprio governo para reajustar o salário dos servidores da segurança pública, recebeu críticas da base e o secretário de Governo Bilac Pinto (DEM) se retirou do cargo.
Paulo Brant argumentou que o Partido Novo precisa entender a necessidade de exercitar a articulação política necessária para a aprovação das reformas necessárias a Minas Gerais. “O Partido Novo no Brasil tem escolhido manter-se à margem das coalizões, com o intuito principal de zelar pelo seu programa partidário, deixando em segundo plano as exigências da responsabilidade política que priorizam a governabilidade e o funcionamento do Estado em benefício dos cidadãos”, diagnosticou.
Brant afirmou ainda que a chapa que formou com Romeu Zema teve muito mais votos do que a representação do NOVO na Assembleia Legislativa, o que sugeriria, em sua avaliação, certa independência entre a chapa eleita e o partido.
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Razões da crise
Apesar de a proposta original de reajuste de Zema ter sido de 41,7% para toda a área da segurança, o projeto acabou sendo sancionado com apenas 13% para o ano de 2020, reduzindo o impacto de R$ 9 bilhões para R$ 1,1 bilhão. Mesmo assim, a ideia atraiu questionamentos do governo federal, do próprio Partido Novo e até do governador de São Paulo, João Doria, preocupados com a austeridade fiscal.
Porém, o descumprimento do acordo do governo mineiro com parlamentares que defendiam as forças de segurança fez com que o secretário Bilac Pinto entregasse o cargo, alegando incapacidade de conduzir negociações com o Legislativo diante disso. O governo Zema enfrenta uma verdadeira prova de fogo com a ameaça de ficar sem sustentação.
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