Se você for convidado para um programa na Rádio Banderantes de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é bom pensar bem nas palavras a serem ditas. É que, a julgar por um programa exibido na última quinta-feira (12) na emissora com a participação do deputado estadual Fabio Ostermann (NOVO/RS), determinados posicionamentos podem ser censurados ao vivo e até mesmo virarem motivo para os jornalistas da empresa te ofenderem. [1]
Os ânimos ficaram acirrados a partir do momento em que o parlamentar criticou a atual política de repressão às drogas, mas sempre salientando que isso não significa a defesa ou o estímulo do uso dos entorpecentes.
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O radialista Milton Cardoso, que comandava o programa “Bastidores do Poder”, ficou irritado com o posicionamento de Ostermann – que era convidado da atração – e pediu que o microfone do deputado fosse cortado.
“Tu não tem (sic) responsabilidade. Defendendo drogas nos dias de hoje. Tu não tem experiência nenhuma de vida. Tu é um coitado, um imbecil e com mandato”, disse o jornalista. Fabio deixou o programa na sequência, classificando a atitude como “extremamente autoritária”.
Após o episódio, Ostermann afirmou nas redes que é “inaceitável que um apresentador agrida e censure seus convidados” e que “quem defende a liberdade de imprensa e de expressão, repudia posturas autoritárias como essa”.
Sobre o posicionamento externalizado na entrevista, o parlamentar do NOVO reforçou que acredita que a “guerra às drogas” fracassou.
Reações
O movimento Livres, nas redes sociais, emitiu uma nota de repúdio à situação que Ostermann sofreu.
“Fábio teve seu microfone cortado pelo simples fato de defender a legalização das drogas e as ideias de liberdade, de forma educada, racional e serena A liberdade de imprensa é um pilar fundamental da democracia, alicerçado no princípio da liberdade de expressão e da pluralidade de ideias. Esperamos que a Rádio Band RS não compactue com a falta de profissionalismo e o autoritarismo demonstrado por seu âncora neste episódio”, disse a entidade. [2]
Roberto Rachewsky, ex-presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e um dos mais conhecidos liberais do Rio Grande do Sul, também se manifestou sobre o tema. Segundo ele, a cena foi uma “das mais lamentáveis do jornalismo gaúcho”.
“O mediador do programa deixa de lado qualquer grau de civilidade e ataca pessoalmente um convidado, o deputado estadual Fábio Ostermann, para defender suas posições reacionárias. Me solidarizo totalmente com o Fábio e lamento que haja jornalistas que cassam a palavra dos seus convidados cortando o microfone para que seus ouvintes não possam ter acesso a uma opinião com a qual ele discorda”, escreveu. [3]
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