Não farei aqui rodeios e nem usarei termos rebuscados ou críticas sutis para demonstrar minha indignação com os atuais acontecimentos políticos a respeito do COVID-19, falarei na linguagem que a “seita” entende, se é que existe a possibilidade de que seguidores cegos desses senhores, com capacidade cognitiva limitada, entendam algo lógico diante deles.
A atitude imprudente e irresponsável do deputado federal – e filho do presidente da República – Eduardo Bolsonaro, pode causar danos irreversíveis às relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e China, com impactos de proporções incalculáveis neste momento de fragilidade social e econômica na esfera mundial.
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É inegável a irresponsabilidade do Partido Comunista Chinês em conter a expansão de uma epidemia que acabou virando uma pandemia. É inadmissível que, a despeito de divergências culturais em hábitos alimentares, o governo Chinês não tome medidas quanto a questões sanitárias envolvendo a saúde de seus cidadãos, por sinal envolvendo a saúde do resto do mundo.
Contudo, nada disso justifica um congressista brasileiro, cujo sobrenome denota necessidade de responsabilidade dado o cargo que seu pai ocupa, agir de maneira infantil como um adolescente que “xinga muito no Twitter”, porque sua banda preferida cancelou um show em cima da hora. É pequeno, é mesquinho, é egoísta com os cidadãos de ambas nações envolvidas nesse imbróglio compulsório.
A China é, reconhecidamente, o maior parceiro comercial do Brasil, contribuindo para algo em torno de US$ 22 bilhões dos US$ 35 bilhões de superávit na balança comercial em 2019. (Fonte: Incomex/FGV). Ignorar nossa dependência financeira dos chineses, neste sentido, seria ignorar as necessidades básicas dos próprios brasileiros, em especial o emprego que leva comida às nossas mesas.
Ignorar nossa dependência financeira dos chineses seria ignorar as necessidades básicas dos próprios brasileiros, em especial o emprego que leva comida às nossas mesas.
Entendo – e aqui torço – para que este quadro vire a nosso favor e deixemos de ser uma “Colônia da China”, mas não será fazendo birra em redes sociais, ou batendo o pé pro papai, que o Brasil irá virar esse jogo e diversificar sua carteira de parceiros comerciais. Uma coisa é a maior nação do mundo, os Estados Unidos, comprar briga com a segunda maior economia mundial, outra coisa bem diferente é exportador de frango e soja se achar o último KFC do planeta.
Prudência, cautela e diplomacia são os pilares necessários nesse momento conturbado de medo e incerteza. Bolsonaros, parem! Apenas parem ou, cedo ou tarde, vocês serão parados.
Nem tudo é sobre ideologia, mas tudo é sobre economia.