O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propôs um debate em sessão virtual da Câmara sobre a necessidade do isolamento social como forma de reduzir a velocidade de propagação do coronavírus e evitar o colapso no sistema de saúde do País. Segundo ele, o Parlamento deveria chamar o Ministério da Saúde, especialistas, técnicos, médicos, governadores e prefeitos para debater o tema. Na avaliação de Maia, o isolamento social ainda é a única forma de combate ao coronavírus.
Mais cedo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que estados como São Paulo adotaram medidas restritivas e ainda continuam com número de mortos elevados em razão da pandemia e afirmou que a cobrança sobre mortes por coronavírus precisa ser feita aos governadores e prefeitos. Ontem, questionado sobre o fato de o País ter ultrapassado 5 mil mortes por Covid-19, superando a China, ele respondeu: “E daí?”.
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Para Rodrigo Maia, a avaliação de Bolsonaro diverge de tudo aquilo que especialistas na área da saúde defendem no Brasil e no mundo.
“O próprio presidente americano (Donald Trump) deu opinião sobre o que está acontecendo no Brasil em relação à pandemia. Acho ruim esse embate sobre a questão do isolamento. Não digo que devemos ter uma posição única e radical, mas é necessário fazer um debate sobre o tema”, propôs Maia.
“Mas não vou imaginar que o presidente da República está tratando como uma coisa irrelevante a morte dos brasileiros, tenho certeza de que não, mas uma frase mal colocada gera polêmica, mas não tenho dúvida de que nenhum governante vai minimizar a perda de vida de brasileiros”, ponderou.
Em relação ao decreto assinado por Bolsonaro, que amplia a lista de serviços e atividades considerados essenciais em meio à pandemia do coronavírus, Maia afirmou que vai analisar com a assessoria da Câmara antes de se posicionar sobre ela. Mas reafirmou a necessidade de manutenção do isolamento social e reafirmou que todas as decisões que se referem ao combate ao coronavírus devem seguir a ciência.
“Nossas decisões não podem estar baseadas em impressões ou opiniões de aliados, ou do setor privado, ou da sociedade. Nossas decisões precisam estar baseadas em decisões técnicas, com o cuidado que diz a ciência e a área médica”, defendeu Maia.
Já em relação à retomada dos trabalhos presenciais na Câmara, Maia foi cauteloso e disse que o melhor é aguardar as próximas semanas. Na avaliação dele, não adianta abrir o Parlamento sem estrutura capaz de evitar as infecções do coronavírus neste período que o número de contaminação tende a crescer.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier / Edição – Wilson Silveira / Fonte: Agência Câmara de Notícias