A operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (26) contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), levantou suposições de críticos ao presidente Jair Bolsonaro de que teria havido interferência política no Planalto para motivá-la. Como se sabe, o governador fluminense é desafeto de Bolsonaro.
Nas redes sociais, internautas utilizaram a expressão “Gestapo” para sugerir que a PF do Rio, sob nova direção desde a saída do ministro Sérgio Moro, teria se tornado uma espécie de polícia política do presidente. Gestapo foi o nome da polícia secreta do regime nazista entre 1933 e 1945.
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Essa também foi a linha de defesa do governador Wilson Witzel, que teve celulares e computadores pessoais e de sua esposa apreendidos com autorização do STJ para investigação de suposto envolvimento em corrupção.
Na coletiva de imprensa concedida nesta tarde no Palácio Guanabara para defender-se, Witzel acusou o presidente de “iniciar perseguições políticas” e também teceu duras críticas ao senador Flávio Bolsonaro, que – segundo ele – deveria estar preso.
“Estamos governados por um líder que, além de ignorar o período pelo qual estamos passando, inicia perseguições políticas àqueles que ele considera inimigos. […] Continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no país, contra essa nova ditadura de perseguição. Até os últimos dos meus dias não permitirei que esse presidente que eu ajudei a eleger se torne mais um ditador na América Latina”, esbravejou Witzel, na defensiva.
O deputado federal Paulo Ganime (NOVO/RJ), líder da bancada da NOVO na Câmara dos Deputados, afirmou, contudo, não ter ficado surpreendido com a ação da Polícia. “Nós já tínhamos denunciado um dos contratos motivo da investigação. Não me surpreende”, disse em entrevista ao site O Antagonista.
Junto com o deputado estadual Alexandre Freitas (NOVO/RJ), Ganime havia apresentado denúncia ao Tribunal de Contas sobre os hospitais de campanha do governo estadual. Nas últimas semanas, já havia sido deflagrada uma operação que resultou na prisão de um empresário e um subsecretário de saúde por suposto superfaturamento na venda de respiradores ao estado.
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