O fundador do Partido Novo, João Amoêdo, e o youtuber e empresário Felipe Neto debateram na madrugada desta quarta-feira (27) nas redes sociais. A discussão teve início quando Neto questionou uma publicação em que Amoêdo celebrava o fato de a sigla ter sido a única a “orientar [voto] contra a criação do auxílio especial para artistas”.
“O dinheiro vem do Fundo Nacional da Cultura. E onde estava esse discurso quando liberaram 1,2 trilhão de reais aos bancos? É inacreditável o que esse partido está fazendo”, criticou o influenciador. [1]
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O youtuber fez referência à aprovação do substitutivo do projeto de lei 1.075/2020, da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), aprovado pela Câmara dos Deputados na noite desta terça-feira (26).
No texto, foi prevista uma ajuda de R$ 3 bilhões ao setor cultural em decorrência da crise econômica causada pela pandemia. A verba, se aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente, seria utilizada para auxílio de R$ 600 para trabalhadores, além de subsídios de R$ 3 a R$ 10 mil para micro e pequenas empresas, cooperativas, organizações e espaços do setor cultural.
Diferente do que Neto afirmou, contudo, não necessariamente os recursos seriam oriundos do Fundo Nacional da Cultura. No substitutivo aprovado pelo plenário da Câmara, em seu artigo 14, também “poderão ser utilizadas como fontes de recursos” dotações orçamentárias da União de acordo com o regime extraordinário fiscal permitido na Emenda Constitucional 106 e “outras fontes”. [2][3]
O deputado federal Paulo Ganime (NOVO/RJ), líder da bancada do NOVO, explicou nas redes sociais que a orientação de voto contrária se deu porque “apesar de entendermos a importância da cultura o país, acreditamos que não é o momento para privilegiar esse setor, quando vários outros estão sofrendo da mesma forma”. [4]
Resposta de Amoêdo
Nas redes, Amoêdo defendeu feitos da sigla e apontou que Neto errou ao comparar o destino de recursos para artistas com a “liberação” de R$ 1,2 trilhões aos bancos.
“No caso dos bancos não se trata de doação a nenhuma instituição bancária. E sim de liberação para que os bancos aumentem sua capacidade de empréstimo, dando liquidez para todo o sistema. A comparação não faz sentido”, pontuou. [5]
A resposta, contudo, veio debochada. O influenciador respondeu: “Então você está dizendo que acredita que os bancos no Brasil agem pelo bem da população e das micro e médias empresas com esses empréstimos? E que o sistema atual está justo e funcional para o povo e empreendedores? Posso considerar que sim?”, respondeu o youtuber, surpreendendo seguidores por mudar de assunto.
Amoêdo replicou, na sequência, que embora “não tenha feito nenhuma referência a nenhum destes pontos”, iria deixar uma frase de Adam Smith: “”Não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar. E sim do empenho deles em promover o próprio interesse”, ao que Neto disse que “adoraria ver Amoêdo subir em uma comunidade e citar Adam Smith”. [6]
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