Filiados do Partido Novo reagiram nesta quarta-feira (22) após publicações irônicas do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL/RJ), do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e do youtuber Felipe Neto contra a sigla.
As primeiras críticas surgiram ainda na noite desta terça-feira (21), quando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do novo Fundeb foi aprovada na Câmara dos Deputados. Apesar da orientação favorável do NOVO ao texto final, o partido foi criticado pela esquerda por se posicionar contra alguns dos destaques da proposta.
“Dois partidos orientaram voto NÃO ao novo Fundeb: NOVO e PSDB”, escreveu Juliano Medeiros, presidente do PSOL, em publicação nas redes sociais. O comentário foi classificado como “fake news” pelo presidente nacional do NOVO, Eduardo Ribeiro, e repercutido nas redes da sigla. [1][2]
Mais tarde, Medeiros explicou que se referia apenas ao “destaque que mantinha o Custo Aluno-Qualidade”, que chamou de “coração do Fundeb”. “Votar contra o CAQ é destroçar o relatório original”, opinou. CAQ é um dispositivo utilizado para mensurar o custo de cada aluno no sistema educacional e, por consequência, direcionar o investimento da verba pública.
O deputado federal Marcelo Freixo também aproveitou para criticar a postura da sigla na Câmara. Em um conjunto de publicações no Twitter, chamou o NOVO de “PSL Personalitté” (uma referência à modalidade de alta renda do banco Itaú) e de “rebanho de meninos mimados”. [3][4]
“Nada contra o pessoal do PSL Personnalité ter estudado em boas escolas particulares. O problema é eles tentarem impedir que os filhos das famílias pobres tenham direito a Educação de qualidade nas escolas públicas. É isso que está em jogo na tentativa do Novo de derrubar o CAQ”, criticou Freixo. [5]
O youtuber Felipe Neto, com mais de 12 milhões de seguidores, também provocou a sigla fundada por João Amoêdo. Após perguntar o que os outros internautas fariam se os filhos deles chegassem em casa e dissessem que eram eleitores do NOVO, disse que, se fosse no seu caso, não daria “mais acesso a absolutamente nada além de quarto e alimento”. [6]
“Vá estudar pela sua meritocracia e você está fora do testamento. Boa sorte, filhão”, provocou, sugerindo que os liberais acreditam que a sociedade funciona de modo meritocrático, o que, na verdade, não é um conceito respaldado na literatura liberal. [7][8]
Reações
Filiados do NOVO criticaram as publicações e, especialmente, os deboches do parlamentar do PSOL que insultou os seguidores do partido.
Dentre as respostas, pré-candidatos e filiados da sigla pontuaram suas histórias e origens de família simples para ressaltarem que nem todos seriam “mimados” ou insensíveis aos mais pobres.
“Meu falecido pai era fiscal de ônibus e minha mãe é dona de casa. Trabalhei durante anos como telemarketing para pagar minha faculdade. Sou filiado ao NOVO com muito orgulho”, pontuou Pedro Curvelo, um dos apoiadores do partido. [7]
Fabio Carino, que afirma ser filiado ao NOVO, escreveu nas redes sociais em resposta à Freixo que nasceu no subúrbio carioca e estudou em escola pública. “Batalhando a cada dia para melhorar a vida de quem precisa. Não defendo bandidos. Filiado ao Partido Novo pela transparência, seriedade e respeito”, complementou. [8]
Parlamentares do partido também reagiram às declarações. “Garoto mimado é quem fica gritando quando é contrariado, quem fica esperneando. O NOVO não tem nada de mimado não, a gente age de forma regimental, de forma técnica, e não fica esperneando quando é contrariado. Isso sim é coisa de garoto mimado”, disse o líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados. [9]
Já o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS) pontuou que a crítica do Marcelo Freixo, “do PT Mirim (ou PSOL)”, indica que o NOVO está no “caminho certo”.
Sem mencionar diretamente as críticas, João Amoêdo, fundador do NOVO e principal liderança da sigla, celebrou nas redes sociais a aprovação do Fundeb e parabenizou a bancada do partido na Câmara por “defender o destaque que daria mais liberdade aos gestores locais”. [10]
“Infelizmente, foi rejeitado. Com realidades distintas e recursos escassos, a maior autonomia beneficiaria o aluno”, comentou. [11]
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