Depois de terem adotado uma postura crítica ao procurador-geral da República nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, Augusto Aras, alguns partidos de oposição mudaram de tom. Desde que o procurador, na última terça-feira (28), fez críticas à Operação Lava Jato, parlamentares oposicionistas – além de alguns governistas – defenderam seu posicionamento. [1]
O PGR declarou que a força-tarefa mantém um banco de dados particular, fora do alcance da Corregedoria do Ministério Público Federal, e exige um gasto muito elevado. Para ele, é preciso “corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”. Ressaltando que os procuradores da Lava Jato não podem ser considerados acima da lei, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) defendeu a investigação de todos os seus atos “ilegais” e “imorais”.
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“O que tem que prevalecer é a verdade. Os procuradores da Lava Jato não são intocáveis, eles precisam ser investigados. Se a Lava Jato agiu certo e não tem medo dos seus métodos, é só abrir os dados”, disse Valente, acrescentando, entretanto, que Aras é “do Bolsonaro” e deve ter seus próprios objetivos. Paulo Pimenta (PT-RS) defendeu a instauração de uma CPI para investigar a Lava Jato.
“Não é uma especulação qualquer. É o Procurador Geral da República, é o chefe do Ministério Público Federal, dizendo que a Lava Jato criou uma milícia judicial, que dispõe de informações sobre 38 mil brasileiros”, justificou Pimenta. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), apoiadora do governo Bolsonaro, fez coro e defendeu Aras: “O que o Aras quer saber é: dentro desses dados todos, dessas 38 mil pessoas, desses 350 terabytes que vocês têm, por que há praticamente uma PGR paralela?”.
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