Um dos principais nomes do movimento liberal brasileiro, Roberto Rachewsky escreveu neste domingo (18) estar “impressionado com a quantidade de liberais testando positivo para o vírus do autoritarismo desde que se estabeleceu o surto do coronavírus chinês”. [1]
“Apoiaram isolamento horizontal, fechamento de escolas, estabelecimentos comerciais, praças e praias. Apoiaram a obrigatoriedade do uso de máscaras em local publico e inclusive privado. Agora, apoiam até a vacinação obrigatória”, ponderou.
Rachewsky, que é ex-presidente do Instituto de Estudos Empresariais e um dos idealizadores da instituição, uma das principais organizações promotoras da liberdade no país e fundada nos anos 1980, ainda pontuou que há “tiranetes saindo armário no primeiro teste ideológico de verdade”.
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“Não pensem que foi o liberalismo que mudou, foram pseudo-liberais que se revelaram”, opinou.
Apoio à vacinação obrigatória
Dentre os apoiadores já declarados da obrigatoriedade da vacinação contra o novo coronavírus, destacam-se João Amoêdo, fundador do Partido Novo, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP), do MBL, e o movimento suprapartidário Livres.
Nas redes sociais, Amoêdo pontuou que “a vida em sociedade pressupõe liberdade com responsabilidade” e defendeu que quem não tome vacinas “permaneça isolado até que todos os demais sejam vacinados”, não podendo sequer “frequentar espaços públicas, ruas, hospitais e escolas”. A colocação repercutiu negativamente em parte da direita e teve mais de 1,2 mil comentários. [2]
Já Kataguiri sustentou a tese de que “quem não toma a vacina coloca a saúde de terceiros em risco” e que não é “nada liberal colocar a saúde dos outros em risco só para alimentar uma paranoia ideológica”.
“Que liberalismo é esse que causa externalidades negativas a terceiros sem a devida punição? Falta leitura. Smith, Mises, Friedman, nenhum deles defendia liberdade irrestrita”, publicou nas redes sociais, observando ainda que a vacina é obrigatória no país “desde 1975”. [3][4]
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Já o Livres, uma das principais entidades em defesa da liberdade no país, mas também conhecida por posições mais centristas, afirmou que “a liberdade tem que ser defendida por inteiro e para todos” e que “ninguém tem o direito sagrado de contaminar alguém”. [5]
Outro lado
Apesar desses posicionamentos, há outros liberais no mundo da política que já se pontuaram contrários à vacinação obrigatória.
Líder do NOVO na Câmara dos Deputados, Paulo Ganime (NOVO/RJ) criticou a ideia de obrigatoriedade da vacina defendida pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e afirmou que esse tipo de medida é uma “restrição à liberdade de escolha”.
“Assim como no caso das fake news, é muito mais sensato educar a população e mostrar a importância do tema, do que tornar obrigatório. Seremos sempre favoráveis à liberdade”, escreveu na última sexta-feira (17). [5]
Quem também se manifestou nesse sentido foi o deputado federal Gilson Marques (NOVO/SC), que pontuou que “liberdade com responsabilidade é fazer o que é certo, por vontade própria, não por coerção estatal”. [6]
Na avaliação de Marques, uma campanha “bem feita” de divulgação, com uma “vacina eficaz”, provavelmente faria com que “mais de 80% da população se vacine”, mencionando pesquisas de opinião que confirmariam a intenção da população em se imunizar. “É lamentável que vozes do movimento liberal apoiem essa medida [de obrigar a tomar vacina]”, declarou.
“Meu corpo, minhas regras. Vacinação, só com o meu consentimento”, também opinou o deputado estadual Alexandre Freitas, também do NOVO, um dos mais libertários do partido. [7]
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