A repercussão de um comentário na manhã desta segunda-feira (21) do deputado estadual Alexandre Freitas (NOVO/RJ) sobre o episódio de racismo supostamente sofrido pelo jogador Gérson, do Flamengo, levou o NOVO a se posicionar em nota enviada a filiados e nas redes sociais. [1][2]
Nas redes, Freitas escreveu que “Gérson se sentiu ofendido por ter ouvido ‘cala boca negro'” e afirmou que “as palavras ‘preto’ e ‘negro’ vêm ganhando um sentido pejorativo a depender da entonação”.
“[Elas] deveriam ser sempre motivo de orgulho, especialmente quando saírem da boca de um imbecil. #AntiFrágil. Empoderamento de verdade é quando alguém vira pra você e diz: ‘cala boca branco’ e esse comportamento não te ofende, nem abala sua autoestima. Pretos de sucesso olham pra um racista apenas com desprezo e irrelevância”, disse, complementando ainda que já foi chamado de “Playboy” no Plenário da ALERJ. [3][4]
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Influenciadores como Felipe Neto e Antônio Tabet (Porta dos Fundos) repercutiram a declaração de Freitas e o Partido Novo foi parar entre as expressões mais comentadas no Twitter. “Isso não pode passar batido”, escreveu o primeiro youtuber, enquanto que o segundo ironizou o processo seletivo da sigla para a escolha de candidatos.
Na última semana, o NOVO também chegou a ser criticado por ter se posicionado de forma contrária a uma resolução da Comissão Interamericana contra o Racismo. [4][5]
Posição do NOVO
Em nota, o NOVO afirmou que “não compactua com qualquer forma de racismo” e que a expressão “cala boca, negro”, que teria sido proferida contra o jogador do Flamengo, “não pode ser relativizada”. [6]
“Reagir a essa expressão não é ‘vitimismo’, nem sugere fragilidade da pessoa atingida. Desta forma, os Diretórios Nacional e o Estadual do Rio de Janeiro do NOVO repudiam as declarações do deputado estadual Alexandre Freitas sobre o tema, que não estão em linha com o posicionamento do partido”, diz o texto enviado pela sigla, que ressaltou ainda que o parlamentar “já possui uma advertência pública proferida pela Comissão de Ética Partidária do NOVO”.
O Boletim da Liberdade procurou a assessoria de imprensa do deputado Alexandre Freitas e enviou 5 perguntas para uma entrevista. O parlamentar é um dos 10 juízes que julgam a última fase do impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel.
Deputado se manifesta
Na noite desta segunda-feira (21), a assessoria de imprensa do deputado estadual emitiu a seguinte nota sobre o ocorrido, que é subscrita abaixo na íntegra:
Sobre o caso Gerson, me parece que a intenção do jogador era proferir uma ofensa racial contra o Gerson e em momento nenhum eu falei o contrário. O meu ponto é (e continua sendo) que ser chamado de negro não é motivo de ofensa, pouco importa a intenção de quem fala. Infelizmente há uma cultura que tenta nutrir uma conotação pejorativa sobre o termo “preto” e “negro” que se refere a cor de pele; sobre a etnia. O melhor remédio contra essas tentativas de injúrias raciais é cultivar e incitar o orgulho do termo que define suas origens e quem você é. Reprimir quem comete uma injuria é necessário, mas a minha proposta é retirar do ofensor o poder de injuriar. Mantenho meu pensamento: chamar de “negro” ou “preto” não é ofensa e nunca será.
EDITADO às 22h02 do dia 21/12 para a inserção da nota de esclarecimento do parlamentar.
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