*Victoria Jardim
Final de ano é época de celebrar o Natal, que anteriormente era comemorado em festas pagãs no solstício de inverno. Posteriormente, tais comemorações foram apropriadas pela Igreja Católica para comemorar o nascimento de Jesus. Assim, o feriado de Natal tornou-se um dos mais importantes do calendário ocidental e um verdadeiro símbolo do livre mercado, afinal é tempo de se reunir para celebrar a paz, a esperança e a prosperidade.
As trocas de presentes tornaram-se uma tradição importante na festividade e o Papai Noel, uma das grandes “personalidades” do capitalismo. No entanto quero dedicar esse artigo a enaltecer outro bom velhinho – Frédéric Bastiat, defensor da liberdade, que faleceu em 1850 na véspera de Natal. Afinal, se não fossem homens como Bastiat, festas de Natal como as conhecemos, não seriam possíveis.
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Este francês, que era jornalista e economista, destacava o papel do consumidor como força motriz do progresso econômico. O Natal é um exemplo dessa força – empregos são criados para atender às demandas de Natal e pequenos empreendedores formais ou informais lucram com a alta procura. O mercado funciona a todo vapor, trazendo oportunidades para os que mais necessitam.
Bastiat também condenava aquilo que chamou de “espoliação legal” – ou seja, o uso das leis por parte do governo para realizar transferências de propriedade. Um ponto interessante do espírito natalino é que ele incentiva a filantropia, ou seja, a transferência de propriedade baseada no auto interesse de ajudar o próximo, e não na coerção. Como será que seria a filantropia ao longo do ano se o cidadão médio não fosse tão assolado pela “espoliação legal” praticada pelo governo?
Por fim, voltemos à parte boa, os presentes. A abundância de opções de diferentes tipos e valores que temos hoje, só é possível graças a livre concorrência, muito bem defendida por Bastiat em seu insight – “A Petição dos Fabricantes de Velas”. O texto é uma sátira aos protecionistas, que tentam frear o progresso para protegerem seus próprios negócios. Já pensou como seria o Natal em um mundo dominado por homens assim? Provavelmente ainda estaríamos comemorando à luz de velas, como eles gostariam. Que neste final de ano, os ensinamentos do bom velhinho sirvam de lição de que a liberdade é sempre o melhor caminho.
*Victoria Jardim é engenheira e associada ao IEE
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