O jurista Miguel Reale Jr., um dos autores do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, publicou em artigo no Estadão neste sábado (2) que teme um possível golpe do presidente Jair Bolsonaro em 2022. Para ele, o mandatário da República dá sinais de que pode subverter o sistema democrático nas eleições. [1]
“O presidente coloca a imprensa como inimiga dos soldados, pois ‘está sempre contra a lei e a verdade’. Qual a razão de prestigiar cerimônias de soldados da Polícia Militar pregando contra a imprensa livre, esteio da democracia?”, questionou Reale, alegando que a estratégia de Jair Bolsonaro para esvaziar a credibilidade das instituições e do processo eleitoral seria similar à do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
[wp_ad_camp_1]
“A grave menção de que, ‘se não houver voto impresso, esqueça-se a eleição de 2022’, somada à corte que Bolsonaro faz às Polícias Militares, instigadas contra a imprensa livre, forma um quadro preocupante diante de possível derrota do presidente, que terá preparado o terreno para uma ‘lei marcial’, tal qual a pensada por Trump, dando fim à democracia, jamais cultuada. E daí?”, expressou o jurista.
O presidente da República vem militando desde seus tempos de atuação parlamentar pela adoção do voto impresso. Em fala na terça-feira, dia 22 de dezembro, conversando com apoiadores em Santa Catarina, Bolsonaro declarou que “se a gente não tiver voto impresso em 2022, pode esquecer a eleição”. O Supremo Tribunal Federal rejeitou a constitucionalidade da medida em setembro.
[wp_ad_camp_3]