O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (19) a troca de comando da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna. A troca gerou duras críticas entre figuras e organizações do meio liberal. [1]
A expectativa de troca de comando já existia ao longo do dia, após circular uma declaração do presidente com duras queixas ao atual comando e suas políticas de reajustes no preço de combustível.
“Faça-os [reajustes], mas com previsibilidade, é isso o que nós queremos. Se lá fora aumenta o preço de barril do petróleo e aqui dentro o dólar está alto, sabemos das suas repercussões no preço do combustível. Mas isso não vai continuar sendo um segredo de Estado. Exijo e cobro transparência de todos aqueles que tenho responsabilidade de indicar”, disse.
As falas geraram quedas significativas no valor das ações negociadas da Petrobras ao longo dia, que caíram em cerca de 6% e que, com isso, puxou para baixo o Ibovespa. [2]
Presidindo a Petrobras desde o início do governo, Castello Branco foi indicação do ministro da economia, Paulo Guedes. Em março, ele poderia ser reconduzido para uma nova gestão à frente da companhia, o que não ocorrerá mais.
Repercussão entre os liberais
Fundador do Partido Novo, João Amoêdo disse que “a intervenção não surpreende”. “Surpreendente é que ainda existam liberais que não sejam oposição a este governo”, escreveu no Twitter. [3]
O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, também juntou-se às críticas. Em curto comentário no Twitter, ironizou: “Boa tarde, Venezuela”. [4]
Presidente do Instituto Mises Brasil, Helio Beltrão também manifestou-se sobre o episódio. “A velha política: interferência do controlador (no caso, a União) para direcionar uma empresa de capital aberto, com sócios no mundo todo (a Petrobras), conforme interesse do governo”, analisou. [5]
Líder da bancada do NOVO na Câmara, o deputado federal Vinicius Poit (NOVO/SP), por sua vez, alertou que “as consequências das políticas de controle de preço por interferência do Estado são drásticas” e defendeu nas redes sociais que “o que a gente precisa mesmo é privatizar e ter mais competitividade no mercado de combustíveis”. [6]
A associação Livres, por sua vez, considerou a troca de comando como “populismo” e disse que o ato foi “nada mais previsível”.
“Só existe uma solução de verdade para esse tipo de problema: a privatização”, posicionou o grupo liderado por Magno Karl em um tweet. [7]