Depois do anúncio de Jair Bolsonaro de que deseja substituir o presidente da Petrobras, influenciadores liberais reagiram criticamente neste sábado (20), incluindo ex-secretários do governo federal. Um deles, o empresário Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização, endureceu ainda mais o tom de suas críticas ao Estadão neste domingo (21). [1]
Na visão do fundador da empresa Localiza, o ministro da Economia Paulo Guedes “é resiliente, obstinado e determinado, mas não percebeu que foi vencido. Por exemplo, há quanto tempo a história da Eletrobrás está no Congresso e não consegue autorização? Tem a Casa da Moeda, que eu tentei privatizar e o Congresso disse não por considerá-la estratégica. Mas ela é uma gráfica”, disse, recordando que conseguiu vender apenas 84 estatais de 698.
Salim disse ainda que a atitude do governo federal “traz insegurança jurídica” e que está torcendo para que sejam abertas ações na Justiça “processando conselheiros e o controlador pela interferência na Petrobras”. Ele reiterou que a carga tributária para pagar a estrutura agigantada da máquina estatal é o verdadeiro problema que pesa sobre os preços dos combustíveis e que os fatos demonstram “uma certa truculência do governo”.
“Primeiro acho que faltou elegância, respeito e consideração pela forma como foi demitido”, sintetizou Salim sobre a troca de Roberto Castello Branco. O empresário e ativista liberal aproveitou para criticar o instituto da reeleição, aprovado no Brasil durante o governo Fernando Henrique. “Em vez de um governante tomar as medidas necessárias para sanar as contas públicas, que sempre são medidas impopulares, acaba pensando na reeleição e acontece isso que está acontecendo hoje”, arrematou.