O jornalista Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S. Paulo, voltou a publicar na última sexta-feira (2) um texto em tom incisivo contra o presidente Jair Bolsonaro. Após, em julho passado, ter justificado uma torcida pela morte do presidente, desta vez ele disse simpatizar com a ideia de uma pressão militar por sua renúncia. [1] [2]
No artigo “E se dessem um golpe em Bolsonaro?”, Schwartsman começa dizendo que está fazendo apenas um experimento mental. Segundo ele, se os militares simplesmente “tivessem de pôr tanques na rua e promover uma ruptura da ordem constitucional”, ele mesmo “seria contra”.
No entanto, ele apresentou outra hipótese: a de que os militares “chamassem Bolsonaro para uma conversa particular e o persuadissem de que seria do interesse de todos que ele renunciasse”. Na opinião dele, é discutível se tal pressão caracterizaria um golpe, mas ele sugere admitir o rótulo hipoteticamente.
Nesse caso, o jornalista pergunta aos seus leitores se aplaudiriam ou vaiariam a atitude dos militares. Ele explica que sua preferência seria por depor Bolsonaro através de um processo de impeachment ou condenação penal, mas não há escolha: “nem vírus, nem generais nem deputados me ouvem”.
Temendo pelo tempo e as vidas que ainda se perderiam pela longa espera pelas vias apresentadas, Schwartsman deixa claro que não lamentaria a ação militar. “Não sei quanto a você, mas eu, em nenhuma hipótese, derramaria uma lágrima por Bolsonaro”, sentenciou.