O líder do Partido Novo na Câmara, Vinícius Poit (SP), em entrevista publicada nesta sexta-feira (9), declarou que o impeachment de Jair Bolsonaro está “desenhado”. O risco seria justificado pelos problemas apontados no projeto orçamentário para 2021 aprovado pelo Congresso. [1]
Repercutindo as diretrizes do partido que determinaram a ida do NOVO para a oposição, Poit afirmou que o presidente da República é “estelionatário eleitoralmente”. Bolsonaro, em seu diagnóstico, “não privatizou nada, aumentou o número de ministérios e recentemente cogitou criar um ministério só para garantir o foro privilegiado para Eduardo Pazuello.”
O deputado acrescentou que o mandatário da República não sabe dialogar e, em consequência, “o que sobra é dinheiro de emenda e cargo. Por isso, as pautas estão travadas e não anda nada”. Na visão dele, o Tribunal de Contas da União (TCU) pode pressionar o governo por conta do Orçamento 2021.
“O TCU vai apertar o governo e eu espero que seja o seguinte, ‘olha presidente com esse orçamento aí vocês não vão conseguir cumprir o teto, a menos que se faça pedalada fiscal'”, disse Poit. “Fazendo pedalada fiscal é impeachment, porque pedalada fiscal foi impeachment para a Dilma e é para o Bolsonaro também. Então isso está muito bem desenhado e didático para ninguém ter dúvida.”
Poit não vislumbra um desfecho positivo para o governo federal: “O presidente está nas mãos do Congresso e supostamente tem uma turma ali que está chantageando. Está na cara que isso vai dar ruim. O caminho para o Brasil é em 2022 tirar esse presidente e renovar esse Congresso”.
Na opinião dele, o presidente não conseguirá ceder a todas as demandas por cargos e emendas para “saciar a vontade” dos parlamentares do grupo político conhecido como “Centrão”. “Isso vai azedar. Não sei se o caminho vai ser o impeachment mesmo, mas tudo acaba desenhando para isso”, completou.