Uma notícia ruim para o governo nesta sexta-feira (16): o senador Renan Calheiros (MDB/AL), opositor de Jair Bolsonaro (sem partido), deve ser, por acordo, indicado para a relatoria da CPI da Covid-19 no Senado. [1]
A comissão, que investigará a gestão do governo federal frente à pandemia, é classificada como tendo um potencial explosivo. Dentre outras pessoas que devem ser convidadas a prestar esclarecimentos, está o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
O principal papel do relator é, após os trabalhos da comissão, apresentar um relatório conclusivo que será votado pelos colegas. É mais provável que, com Calheiros, que o relatório final seja amplamente desfavorável ao presidente.
Como prega o regimento, o relatório poderá ser aprovado ou não pelos demais parlamentares. Caso não seja, um novo relator é designado.
A CPI, de acordo com a jornalista Vera Magalhães, do jornal “O Globo”, deve ser presidida pelo senador Omar Aziz (PSD/AM) e terá como vice-presidente o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP). O governo ainda articula outro nome para a relatoria, mas as chances de alterar o acordo feito e emplacar outro nome em votação seriam consideradas escassas.
Nas redes sociais, Calheiros não se manifestou após a divulgação do acordo. Mas, nos últimos dias, foi um dos parlamentares que mais celebraram a criação da CPI.
“Falei sobre a responsabilidade que o Senado tem de apurar as responsabilidades e apontar saídas para a crise humanitária que o Brasil está vivendo. Não podemos ser cúmplices desse morticínio”, avaliou no último dia 9. [2]
Tendo uma conduta, para muitos, errante durante a pandemia de Covid-19, Bolsonaro enfrenta o risco de, em alguma medida, ser responsabilizado por questões envolvendo a gestão federal.
Pivô da divulgação de uma conversa privada com o presidente em que Bolsonaro narra preocupação com a comissão, o senador Kajuru, por sua vez, não foi sequer elencado como membro da CPI.