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Paulo Rabello de Castro sobre ausência do Censo: ‘catástrofe estatística’

O secretário especial de Fazenda confirmou que não haverá recursos para realizar a pesquisa estatística, que já está atrasada; o economista afirma que isso compromete a democracia
Paulo Rabello de Castro (Foto: Reprodução/Facebook)

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O economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE, do BNDES e do Instituto Atlântico, foi mais um a manifestar nesta sexta-feira (23) sua contrariedade com o Orçamento aprovado para 2021. O motivo é a ausência de recursos para a realização do Censo, o que representa, em sua opinião, uma “catástrofe estatística”. [1]

“Além da catástrofe sanitária da Covid e da catástrofe ambiental, agora teremos a catástrofe estatística. É pior do que o governo não providenciar vacina para a Covid, pois estaremos trabalhando com dados irreais. Essa gente é destituída de inteligência e de conhecimento”, sintetizou Rabello de Castro.

Paulo Rabello de Castro era visto pelo economista liberal Roberto Campos como um de seus discípulos mais promissores, assim como Paulo Guedes, hoje ministro da Economia. Porém, já no último dia 7 de abril, Castro comentou que Guedes “conseguiu queimar todas as bandeiras liberais”. [2] [3]

Ele contestou a justificativa do ministro: “Não há dinheiro para o Censo? Gasta-se mais de R$ 100 bilhões com despesas extrateto e não tem R$ 2 bilhões para o Censo? Parece que o ministro não previu a enxurrada de processos que estados e municípios poderão mover contra a União.”

Ainda sobre a questão orçamentária inviabilizar o Censo, o tom de Castro também foi duro em relação ao Congresso. Para ele, a atitude de aprovar o orçamento da forma como está torna o Parlamento brasileiro “inconstitucional”, porque “não existe democracia representativa sem enumeração, sem contagem populacional”.

Castro arrematou: “Isso também vale para o governo.”  O impacto do atraso no Censo será, em sua visão, “muito maior do que se pode imaginar”. Os comentários foram feitos no mesmo dia em que o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu que não haverá recursos para o recenseamento. [4]

“Como falado aqui, novas decisões sobre a alocação de recursos e realização do Censo têm a fase preparatória. Sempre atentando às orientações do ponto de vista da saúde determinadas pelo Ministério da Saúde”, alegou, prometendo uma avaliação do governo durante o ano quanto ao melhor momento para realizar a pesquisa.

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