Apesar da elevada ascensão de políticos liberais na política brasileira ao longo dos últimos anos, veio de um conservador uma das propostas mais firmes contra a presença do Estado na educação: nesta terça-feira (25), o deputado estadual Anderson Moraes (PSL/RJ) propôs a extinção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), uma das mais tradicionais do país.
O projeto apresentado pelo parlamentar autoriza o Poder Executivo a “extinguir” a instituição, bem como promover a cessão onerosa dos bens da universidade à iniciativa privada “para fins de prestação de serviços educacionais de nível superior”.
O deputado defende ainda que, nesse cenário, os recursos obtidos nesse processo sejam utilizados para custear bolsas de estudos para estudantes de baixa renda ou em situação de pobreza em igual número ou superior aos atualmente atendidos pela UERJ.
Na justificativa, o deputado comparou o orçamento da UERJ (R$ 1,5 bi em 2020) com o total de alunos efetivamente atendidos (28.575 em 2019) e concluiu que a instituição concentra “milhões de reais do pagador de imposto numa estrutura pesada e com resultados contestáveis”.
Na avaliação de Moraes, a medida geraria “maior eficiência ao ensino superior do Estado com redução de despesa, aumento da receita estadual e libertação ideológica dos nossos estudantes de nível superior”.
Segundo ele, é “nítido o aparelhamento ideológico de viés socialista na universidade, com clara censura ao pensamento acadêmico de outras linhas de visão de mundo, inclusive mediante agressão física e verbal contra estudantes ou professores que pensam de forma contrária a tal ideologia”.
Nas redes sociais, o deputado estadual afirmou que “balbúrdia nas universidades custeadas com o dinheiro do povo nós não iremos aceitar”.
A UERJ é uma das instituições de ensino mais conhecidas do Estado do Rio e tem, entre seu quadro de ex-alunos e professores, ministros do Supremo Tribunal Federal como Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. [1]