Então pré-candidato anunciado pelo Partido Novo para disputar a presidência em 2022, João Amoêdo veio às redes no fim da noite desta quinta-feira (10) anunciar a retirada de seu nome da disputa.
Na justificativa, o político disse que “avaliou os acontecimentos subsequentes ao anúncio da candidatura” e percebeu “ausência de um posicionamento transparente, firme e célere da instituição” na condução do processo.
Como amplamente noticiado pelo Boletim da Liberdade, o nome de João Amoêdo não ecoou positivamente entre os mandatários, que subscreveram uma carta de apoio a mais nomes no processo seletivo, entre os quais o do deputado federal Tiago Mitraud (NOVO/MG).
Para Amoêdo, a instituição “demonstrou a falta de unidade […] quanto ao propósito para 2022” e que “não há como iniciar essa dura caminhada sem a condição citada quando aceitou o convite”, mencionando na sequência a expectativa de trabalho “como um time, com resiliência, alinhamento, humildade e coerência”. [1]
Nas redes sociais, o NOVO afirmou que “seguirá trabalhando na construção de uma alternativa ao bolsopetismo para 2022” e agradeceu Amoêdo, um dos fundadores da sigla, por “todo o inestimável esforço para a construção e consolidação da sigla”. [2]
“Lamento profundamente a desistência de João Amoêdo em nos representar como pré-candidato à presidência. Pedi a ele que reconsiderasse, mas a decisão já era definitiva. Continuaremos firmes cumprindo nosso papel na construção de uma via que nos livre de Lula e Bolsonaro”, escreveu Eduardo Ribeiro, presidente do partido, em suas redes pessoais. [3]
Origem da crise
Na prática, dois fatos pesaram nesse desgaste que, ao fim, culminou no fim da pré-candidatura de João Amoêdo. O primeiro foi o fato de o político, ao longo dos últimos anos, não ter economizado críticas públicas aos parlamentares da sigla, o que desgastou o relacionamento partidário.
O segundo foi a falta de comunicação e clareza interna sobre o anúncio da pré-candidatura sem que houvesse a sinalização de que o processo seletivo estava terminado. Uma resolução de 2021 havia imposto regras para a escolha de nomes e os mandatários se movimentaram em apoio a Tiago Mitraud (NOVO/MG) para o Planalto. Amoêdo, por sua vez, não sinalizou positivamente à possibilidade de vir a disputar prévias com outro pré-candidato.