A associação liberal Livres anunciou nesta quarta-feira (16) seu posicionamento favorável ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Para embasar o pedido, o grupo liberou uma nota técnica contendo 12 páginas.
Nas redes sociais, a entidade afirmou que “o Brasil não é mais capaz de suportar a incompetência e o negacionismo” do presidente e que “suas ações têm fragilizado nossa democracia e ceifado vidas por conta da Covid-19”.
Na avaliação do Livres, o presidente “já incorreu em diversos crimes de responsabilidade”, entre eles no que seria a “flagrante omissão do governo diante das ofertas para aquisição de vacinas pela Pfizer”, um exemplo de “crime contra o direito fundamental à vida e o direito social à saúde”.
O grupo pontuou ainda que Bolsonaro “atacou a democracia e ameaçou a convivência harmoniosa dos Poderes da República” quando, segundo a entidade, teria participado de “manifestações que pediam o fechamento do Congresso e do STF”, “endossado manifestações contrárias aos presidentes das Casas do Congresso” e quando “manifestou-se e participou ativamente […] de atos notoriamente favoráveis ao AI-5 e ao fechamento dos outros poderes”.
A associação destacou ainda que Bolsonaro promoveu “ataques contra o Sistema Eleitoral e a Democracia” ao “imputar a prática de crime gravíssimo”, entre eles ter havido “fraude na eleições de 2018” sem apresentar provas.
O grupo também mencionou as vezes em que Jair Bolsonaro “foi ao encontro da população e saudou populares com as mãos nuas e sem o uso de máscaras” e “instou a população a contrariar medidas sanitárias de Estados e Municípios”, bem como quando teria “menosprezado a importância da vacinação”. Para a entidade, seriam exemplos de “ataques contra a segurança interna do país”.
O Livres recorreu também à recente participação do general Eduardo Pazuello, na ativa e nos quadros do Exército, em ato político que ocorreu no Rio de Janeiro, em maio.
Para a entidade, o presidente “incitou diretamente militares da ativa a participarem de manifestações políticas, em flagrante desobediência ao regimento militar” e a medida constituiria “omissão quanto a efetiva responsabilidade dos seus subordinados”.
“Jair Bolsonaro é incapaz de compreender a dimensão institucional do cargo de Presidente da República e de desempenhar a contento essa elevada responsabilidade”, pontuou o grupo, que destacou ainda que Bolsonaro “provoca, deliberadamente, a instabilidade político-administrativa do Brasil”.
“O Presidente Jair Bolsonaro precisa ser responsabilizado por suas ações, que além de comprovadamente incompatíveis com as responsabilidades presidenciais e a ordem constitucional vigente, são atentatórias à estabilidade institucional do país e à preservação da vida dos brasileiros”, finaliza o grupo. [1][2]