A maioria da Executiva Nacional do Patriota decidiu nesta quinta-feira (24) afastar o presidente Adilson Barroso do comando da sigla por 90 dias. A medida é uma retaliação à negociação e movimentação do político para abrigar a família Bolsonaro e seus aliados para 2022. [1]
O partido está rachado porque os dois grupos que comandam a instituição desde sua fusão com o PRP não estão em consenso com as condições de entrada de Bolsonaro no partido.
Atualmente, dividem esse espaço Barroso, que criou o PEN, depois transformado em Patriota; e Ovasco Resende, antigo líder do PRP, que fundiu-se à sigla, mas, em contrapartida, assumindo a vice-presidência da agremiação e levando aliados para a executiva nacional. Com o afastamento de Barroso, Ovasco assume a direção.
Flávio Bolsonaro, o primeiro do clã Bolsonaro filiado à sigla, criticou a convenção que afastou Barroso, seu aliado. Considerou que foi um gesto de uma “ala minoritária do Patriota” e que a reunião que determinou o afastamento foi “ilegal, sem previsão no estatuto”.
“Fui para o Patriota antes de todo mundo para arrumar a casa e é o que vamos fazer”, disse Flávio.
Na prática, a confusão, outra vez, deve ser resolvida na Justiça. Há questionamentos sobre as alterações estatutárias promovidas por Barroso no ato de filiação de Flávio.
A família Bolsonaro, por sua vez, só se sente segura com a migração de partido se tiver controle sobre a sigla. Isso não implica Flávio, que possui mandato de oito anos e pode livremente mudar de partido por ter cargo majoritário.
Até o primeiro semestre de 2022, porém, o presidente precisará se filiar à sigla que concorrerá as eleições, assim como os deputados estaduais e federais aliados.