O governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, assumiu-se publicamente homossexual em uma entrevista concedida ao “Conversa com Bial”, da TV Globo, que foi ao ar na madrugada desta sexta-feira (2). O político, porém, foi alvo de críticas do ex-deputado federal Jean Wyllys, atualmente no PT.
Wyllys escreveu nas redes sociais que é “ridículo ver héteros querendo impor a nós, LGBTQs assumidos e na luta desde sempre, que louvemos sem crítica o ‘outing’ de um governador de direita que até ontem era jagunço de um racista homofóbico que se revelou genocida”. [1]
Depois, complementou que “fica fácil ‘assumir-se’ gay e catalisar a solidariedade acrítica dos cúmplices e ingênuos” quando o movimento “LGBTQ” virou um “nicho de mercado rentável”.
“Coragem grande teria o ‘governador gay’ se tivesse se assumido e se colocado ao lado de LGBTQ no momento em que seu aliado Bolsonaro disseminava mentiras como ‘kit gay’ e ‘mamadeira de piroca’ que objetivam nos associar à pedofilia. Naquele momento, o governador era cúmplice”, escreveu. [2]
Coragem grande teria o “governador gay” se tivesse se assumido e se colocado ao lado de LGBTQ momento em que seu aliado Bolsonaro disseminava mentiras como “kit gay” e “mamadeira de piroca” que objetivam nos associar à pedofilia. Naquela momento o governador era cúmplice.
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) July 2, 2021
Embora tucano e hoje crítico a Jair Bolsonaro, Eduardo Leite apoiou a candidatura do capitão da reserva no segundo turno das eleições de 2018. Na ocasião, Bolsonaro disputava contra o PT, representado por Fernando Haddad, e recebeu o endosso de nomes de centro-direita.
Para Wyllys, “enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por atos e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica”. [3]