fbpx

Conheça o programa do polêmico partido alemão de direita cuja deputada se encontrou com Bolsonaro

Deputada Beatrix von Storch esteve no Congresso Nacional e até na sala do presidente Jair Bolsonaro para reunião; sigla é vista com ceticismo e crítica até por grupos israelitas, mas partido se define como liberal e conservador
Jair Bolsonaro se reúne com lideranças do AfD, partido Alternativa para a Alemanha (Foto: Reprodução/Instagram)

Compartilhe

O encontro do presidente Jair Bolsonaro com a deputada alemã Beatrix von Storch, do partido Alternativa para Alemanha (AfD), nesta segunda-feira (26), gerou polêmica na imprensa, nas redes sociais e até entre entidades israelitas. [1]

O que motivou a controvérsia é que a sigla é classificada por alguns grupos como sendo de extrema-direita e até mesmo associada ao neonazismo. O partido, por outro lado, não usa a terminologia e se define como sendo formado por “liberais e conservadores”.

Com 92 dos 709 assentos no Congresso Alemão (o Bundestag), o AfD faz parte da oposição ao governo de Angela Merkel e é a quarta maior sigla do país.

O Alternativa Para Alemanhã tem mais deputados que os liberais representados, especialmente, pelo Partido Democrático Liberal (FDP), com 80 cadeiras; mas está bem atrás do principal partido de centro-direita do país, a União Democrata-Cristã (CDU), de Angela Merkel, que possui 200.

Programa Partidário

Mas, afinal, quais são as ideias propostas pelo AfD e por que a sigla desperta tanta polêmica?

O Boletim da Liberdade foi conferir o programa partidário do Alternativa para Alemanha divulgado no site oficial e destaca, abaixo, os principais pontos: [2]

– Ideologia: o partido se classifica como sendo formado por liberais e conservadores. Isso está disposto no preâmbulo do programa, que também complementa que a instituição é formada por “democratas convictos”.

– Democracia: o AfD defende mais democracia direta, inspirando-se nos referendos suíços, e tem como uma de suas bandeiras a eleição direta do presidente da Alemanha pela população. O país europeu funciona no modelo parlamentarista, mas o presidente alemão, em vez do voto direto, é eleito por um colégio eleitoral formado por deputados e delegados dos legislativos estaduais. [F]

Beatrix von Storch e Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto (Foto: Reprodução/Instagram)

– Visão da União Europeia: o partido afirma ser contra a ideia de a União Europeia ser “um estado federal centralizado”, o que seria, supostamente, a vontade da “liderança política da União Europeia”; mas sustenta, por outro lado, que os países do continente europeu devem “viver juntos em amizade e boa vizinhança”. O partido também é crítico a uma moeda em comum – o Euro. Segundo o AfD, a “união monetária inevitavelmente evoluiu para uma união da dívida” e sustenta que o Congresso alemão defina a saída do país do bloco do Euro ou, pelo menos, coloque esta pauta em referendo.

– Segurança Interna e Justiça: dentre os principais pontos destacados pela sigla, o partido é contrário a maiores restrições ao armamento civil, pontuando que “a criminalização do porte de arma não dissuade os infratrores, mas torna as vítimas mais indefesas”. A sigla também critica relaxamentos à prisão e sustenta maior proteção às fronteiras alemãs.

– Política Externa: a sigla defende um relacionamento maior com a Rússia, mas sem abdicação da parceria com os Estados Unidos. A AfD também diz rejeitar “forças armadas europeias conjuntas” e sustenta que o Exército Alemão (Bundswehr) deve ser a “pedra angular da soberania alemã”. A legenda também defende o serviço militar básico para todos os cidadãos do sexo masculino entre 18 e 25 anos.

– Política Social: o partido defende um conjunto de estímulos à natalidade da população alemã, que passa desde o reconhecimento do papel social de ter filhos por meio da aposentadoria e pensões diferenciadas quando comparados ao cidadão solteiro, como também pela compreensão que a natalidade é uma alternativa ao “indesejável desenvolvimento demográfico da Alemanha” com a “imigração em massa”. Nesse pacote, incluiriam até “empréstimos sem juros para comprar a casa própria, cuja dívida diminui a cada filho recém-nascido”.

– Cultura: nesse ponto do programa da AfD, há margem para maiores questionamentos. O partido diz defender a “principal cultura alemã em vez de muliculturalismo” e afirma que está comprometido com a “cultura dominante alemã”. O AfD também afirma que “a ideologia do multiculturalismo é uma série ameaça à paz social e à continuição da existência da nação como unidade cultural”. A legenda também é enfática ao dizer que “o Islã não pertence à Alemanhã”, ainda que ressalte defender a liberdade de crença. “A AfD se opõe claramente a uma prática de fé islâmica que é dirigida contra a ordem básica livre e democrática, nossas leis, bem como contra os fundamentos judaico-cristãos e humanitísticos de nossa cultura”, diz o programa.

– Economia: a sigla defende a comunicação segura como um direito civil e a a redução da burocracia e o fortalecimento das pequenas e micro Empresas. A agremiação também sustenta o uso de softwares de código aberto na Administração Pública “que podem ser verificados com antecedência para determinar se o acesso não autorizado é possível”. O AfD critica a privatização dos “serviços públicos de interesse geral”, tal como o abastecimento de água e defende grande controle fiscal, com a redução do nível de dívida pública. Por fim, a sigla pontua que seja repensado o sistema monetário, com o ouro do país sendo mantido dentro das fronteiras no Banco Central (Bundesbank).

Assine o Boletim da Liberdade e tenha acesso, entre outros, às edições semanais da coluna panorama

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?