Um conjunto de grupos e influenciadores liberais foi às redes sociais no fim da tarde desta quarta-feira (4) protestar contra a possível votação para instituir o chamado “distritão” na reforma eleitoral.
O modelo deve ser votado na Câmara dos Deputados e tem riscos de aprovação, contando especialmente com o endosso de partidos de centro.
Segundo o Livres, trata-se de o “maior retrocesso já vivido no sistema eleitoral brasileiro pós-88” e a medida coloca a “democracia em jogo”.
João Amoêdo, fundador do NOVO, também afirmou que o distritão é um “retrocesso democrático” e que o Brasil “não pode continuar andando para trás”.
O Movimento Brasil Livre (MBL), por suas vez, destacou que a reforma faria o “centrão para sempre no poder” e que, acrescido do fundão eleitoral, “é o sonho de infância da velha política”.
O deputado federal Tiago Mitraud (NOVO/MG), por sua vez, classificou a ideia como um “ataque” à renovação política.
Já a deputada Adriana Ventura (NOVO/SP) afirmou que o distritão é “o pior sistema eleitoral do mundo” e significaria, na prática, como “se houvesse 513 partidos na Câmara”.
O sistema
O distritão propõe que os cargos legislativos sejam votados como se fossem majoritários, sagrando-se vitoriosos apenas os parlamentares com mais votos.
O problema, no entanto, é que a medida esvazia os partidos pois desconsidera a proporção de votos que cada partido obteve no eleitorado.
Com isso, analistas enxergam que o sistema prejudica, especialmente, as agremiações com maior coesão programática, tais como os mais ideológicos.