A pacificação do NOVO não durou nem uma semana. Uma declaração do governador Romeu Zema (NOVO/MG) em uma live concedida ao site “Money Report” gerou mal estar entre correligionários.
Na fala, Zema sugere, sem mencioná-lo diretamente, que João Amoêdo, candidato da sigla em 2018 e grande opositor ao presidente Jair Bolsonaro, ficou “obcecado” e comparou o fundador do partido à “mulher que separa e que passa a ser a obsessão da vida dela destruir e atacar o ex-cônjuge”.
“Parece que, no caso do Partido Novo, a derrota até hoje não foi digerida. ‘Eu sou mais rico, eu sou mais inteligente, eu sou mais descolado, eu nunca poderia ter perdido essa eleição’. Mas perdeu, agora é só tocar a vida para frente”, reclamou Zema.
Esposa de João Amoêdo, Rosa Helena compartilhou o vídeo em seu perfil (aberto ao público) e destacou que era um filme “machista, agressivo e covarde”, bem como “incompatível com o que eu esperava de um representante do NOVO”. O filme teve mais de 100 mil visualizações. [1]
Ao jornal “O Tempo”, Amoêdo disse que a afirmação de Zema é “totalmente mentirosa” e que as críticas feitas a Jair Bolsonaro “são por conta dos atos dele durante o governo”.
“O combate à pandemia que ele [Bolsonaro] não fez, o ataque às instituições democráticas e o cenário econômico com a inflação em alta. Total desgoverno”, disse. [2]
A vereadora Cris Monteiro, do NOVO de São Paulo, também criticou a declaração. Ela ressaltou que o encontro do final de semana, em Joinville, resultou em expectativa de união, mas que bastou um dia para que houvesse críticas públicas. Ela também avaliou que a fala foi machista.
“A união pregada no encontro de Joinville é seletiva. Não inclui todos, e obviamente deixa de fora João Amoêdo, a quem muitos nutrem uma enorme aversão principalmente por suas posições contra o estapafúrdio governo Bolsonaro. Amoêdo virou alvo predileto dos ditos independentes do NOVO”, disse, em comunicado. [3]