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Artigo 01/03 da série sobre Educação: Porque o Brasil não se importa com a educação e porque deveria se importar

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*Em parceria com Moacyr Góes

“A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.” (Padre Antônio Vieira)

Vieira, em sua grande sabedoria, compreendia que a educação é um valor insubstituível, estruturante e afirmativo da liberdade dos indivíduos. Nossa jornada civilizatória é marcada pela criação de sentidos e apropriação do saber. Nenhuma sociedade evoluiu sem alicerçar seu crescimento na apropriação do conhecimento. E como estamos nós, às vésperas de completar 200 anos de independência?

A maioria dos nossos políticos enche a boca para dizer que “sem educação não há futuro”.

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A maioria dos cidadãos diz que “sem educação não há futuro”.

No entanto, quando observamos a situação da educação no Brasil, percebemos que são discursos vazios, sem nenhuma prática que os sustentem.

Políticos a que estamos acostumados, infelizmente, não se importam com a educação simplesmente porque não lhes dá voto, somente discurso. Quando eleitos transformam a educação pública em currais eleitorais, cabides de emprego e moedas na troca por apoio eleitoral. Em muitos casos educação vira sinônimo de construção de prédios, tornando-se fonte de corrupção.

Por outro lado, no grau de desigualdade e carência da população que mais precisa de escola pública de qualidade, as questões de segurança, saúde, emprego e alimentação são sempre mais urgentes.

Cidadãos de alta renda, que pagam uma escola melhor para seus filhos, muitas vezes não percebem que não pode dar certo educar para que a vida seja vivida em guetos de segurança. Não enxergam que ou nos desenvolvemos como sociedade, indivíduos pertencentes ao grupo, ou cavamos um fosso que nos sugará a todos.

Na pandemia a questão da ineficiência de nossa educação se agravou.

Segundo Gabriel Corrêa, líder de Políticas Educacionais do “Todos Pela Educação”, o Brasil liderou o ranking de países em que as escolas ficaram fechadas por mais tempo devido à pandemia de Covid-19. Em todas as instâncias, municipal, estadual e federal, nossos jovens foram simplesmente abandonados pelos políticos. Salvo movimentos pontuais de mães preocupadas com seus filhos, a sociedade brasileira foi incapaz de comprar a briga por nossas crianças.

Em países desenvolvidos, ficou convencionado e pacificado socialmente que as escolas deveriam ser “as últimas a fechar e as primeiras a abrir”. Esse acordo social deixou evidente a prioridade desses países: a educação e sua juventude.

Longe de serem sociedades negacionistas, que negligenciaram a importância do isolamento para o controle da pandemia, esses países entenderam que o risco deveria ser encarado em prol das crianças e de seu futuro. Arriscar a educação, para eles, é o mesmo que arriscar um futuro próspero.

A educação não é um luxo, é simplesmente a mais eficaz ferramenta para diminuição da pobreza, da violência, de uma existência com mais saúde, melhores moradias, mobilidade e sustentabilidade do meio ambiente. Educação produz riqueza. Nos habilita felicidade, direitos iguais e garante a democracia.

O homem da modernidade apostou na razão e fez a grande revolução industrial, que mudou a vida para melhor. Hoje, vivemos imensas transformações, num contexto pós-industrial, em uma sociedade do conhecimento, onde a educação passa a ter papel mais determinante. Quem estiver fora desse campo do conhecimento estará irremediavelmente fora do jogo, simples assim.

Nesse novo mundo, os ambientes educativos são lugares de aperfeiçoamento constante, onde o indivíduo não se forma nem se aprimora apenas para si, mas para toda a sociedade. Cada indivíduo mais bem capacitado atuando na sociedade representa toda uma rede que se beneficia daquele aprendizado.

Quando investimos em educação, não estamos comprando somente um barco para um aluno, mas preservando o oceano. Estamos preservando um ambiente propício ao desenvolvimento da vida.

O oceano da educação no Brasil está poluído. Resultados mostram que nossos alunos da rede pública não leem nem interpretam devidamente as diversas linguagens que o mundo exige. De acordo com o ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, 2018) que avalia 79 países o Brasil ficou em 57º lugar em leitura, em 70º em matemática e 64º em ciências. Já no ranking de competitividade elaborado pelo IMD World Competitiveness Center (2021), a educação brasileira ficou em último lugar ao ser comparada com 64 países.

Temos chance? Temos futuro? Sim, se começarmos essa empreitada agora, com projetos sérios, políticas públicas consistentes na educação. Não será uma tarefa de um partido, de um populista ou de um gênio, será uma ação de todos, um projeto de nação, de povo, de felicidade e esperança.

*Artigo escrito em parceria com Moacyr Góes.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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