Escolhido para representar o pensamento econômico da futura candidatura de Sérgio Moro (Podemos) à presidência, o economista Affonso Celso Pastore classificou a defesa do Estado Mínimo como um “mito” em artigo publicado nesta quinta-feira (6) no jornal “Folha de S. Paulo”. [1]
Segundo ele, tanto no campo social como no campo econômico, o “mundo já abandonou” esse pensamento “como foi idealizado por [Margaret] Thatcher e [Ronald] Reagan”.
Mencionando como exemplo remanescente dessa concepção econômica os Estados Unidos, Pastore disse que o país “preza a eficiência e a meritorcracia, mas tolera a crescente concentração de rendas e riquezas”.
De outro lado, na visão do economista, estariam “os países da Europa Ocidental, onde o tamanho do Estado varia de país para país, com assistência universal de saúde em alguns casos e com o estado (sic) sendo o único provedor da educação”.
Ideias para o Brasil
Sobre o caso brasileiro, o economista que auxilia Sérgio Moro afirmou que “a obrigação do governo” é atuar na área social, visando reduzir a pobreza extrema e a falta de oportunidades, incluindo “transferências de renda que ‘deem a todos o mesmo ponto de partida'”.
Outros destaques do artigo foram a defesa da “meta de um desmatamento zero” e de políticas sustentáveis, bem como a defesa da responsabilidade fiscal e de uma reforma tributária que implemente um IVA (Imposto sobre valor agregado) único.
O economista também criticou o “capitalismo de compadrio” do governo do PT e destacou a importância de se aperfeiçoar as instituições. Segundo ele, um dos erros do governo Bolsonaro foi a “política de confronto e de enfraquecimento das instituições” que teria gerado reflexos na economia.