O vice
Na política, cada dia é um dia. Mas, até o momento, a tese de formulação de uma frente ampla com Geraldo Alckmin sendo vice de Lula nas eleições segue forte. Isso, é verdade, acarretará (e já acarreta) muitas perdas para Alckmin, de um lado, em caso de derrota. Por isso, também deve-se frisar que, até aos 45 do segundo tempo, nada estará tão certo.
As teses
José Dirceu, que articula nos bastidores da campanha, deu uma live esclarecedora ao site “Opera Mundi” em dezembro. Ele é um dos nomes que defende “um vice mais amplo do que o perfil de esquerda” (como o que Alckmin representaria), observando não haver rejeição à tese nas bases sindicais, e considerou positiva a presença do ex-tucano ao jantar do grupo Prerrogativas, quando se encontrou com o ex-presidente Lula. Por outro lado, destacou que uma segunda alternativa seria buscar, por exemplo, um jovem empresário ou liderança para compor a aliança.
Os assuntos
Na avaliação do petista, aliás, o “sentimento predominante [para as eleições] será o antibolsonarismo, do que o Lula pode fazer, de que é preciso combater a pobreza, a desigualdade e retomar o caminho democrático no país”. Dirceu acrescentou, ainda, que “gostaria muito que o sentimento fosse a necessidade de uma reforma estrutural no país”, mas que não é esse o caso. Ele também criticou duramente a independência do Banco Central. Para bom entendedor, esse é um tema que a cúpula do petismo pode querer enfrentar.
Bola fora
O presidente Jair Bolsonaro foi criticado nas redes por vetar integralmente o Projeto de Lei 46/2021, de autoria do senador Jorginho Mello (PL). A iniciativa propunha a criação do Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (RELP), propiciando às micros e pequenas empresas parcelar seus débitos com a União.
Repercutiu
A declaração de Affonso Celso Pastore, economista responsável pelo programa econômico de Sérgio Moro, com críticas ao chamado “Estado Mínimo”, repercutiu na rede e incomodou grupos liberais que vinham se posicionando de forma simpática ao ex-juiz.
Oportunidade perdida
Felipe d’Avila, do Partido Novo, que não pontua nas pesquisas, criticou ao longo da última semana os artigos dos economistas das pré-candidaturas Ciro Gomes e Lula. No caso do texto de Sérgio Moro, manteve-se em silêncio, ao menos no Twitter. Seria uma oportunidade para se diferenciar e marcar posição.
Dilma critica o chavismo
Está repercutindo nas redes sociais um vídeo inusitado da ex-presidente Dilma Rousseff concedendo entrevista ao jornalista Breno Altman, do mesmo “Opera Mundi” mencionado anteriormente. Na live, Dilma discordou do entrevistador e disse que Hugo Chávez não sustentava seu poder nos movimentos sociais, mas no Exército. “É um mau exemplo”, ela comentou sobre o aliado histórico do PT.
O presidente e as armas
Por falar em Exército, o comandante Paulo Sérgio Nogueira recomendou que os militares atestassem vacinação contra o coronavírus para retornar às atividades presenciais. Segundo o ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, o ato é administrativo e só está ganhando “foro político” porque Bolsonaro “busca invadir o espaço institucional das Forças Armadas”.
Primeira deputada travesti
Benny Brioli, do PSOL, deve concorrer a deputada estadual no Rio de Janeiro dobrando com Taliria Petrone. Ela foi a primeira vereadora negra e travesti eleita no Brasil e recebeu um pedido de casamento, que fez questão de compartilhar. A pauta da representatividade vai ser cada vez mais explorada pela turma da esquerda.
Outro lado
A assessoria do deputado federal Lucas Gonzalez (NOVO/MG) estabeleceu contato com o Boletim da Liberdade para avisar que o parlamentar “não sairá do Partido Novo”. Na última semana, o Boletim – nesta coluna – havia pontuado que o parlamentar “provavelmente sairia” do partido.
Encontro
O deputado, aliás, juntamente com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e outras personalidades, participaram de evento em uma igreja evangélica na Flórida (EUA) ao lado de Allan dos Santos. O influenciador bolsonarista tem contra si um controverso mandado de prisão expedido no Brasil. Mas a Interpol ainda não acolheu a notificação – o que gera suspeitas, inclusive, de que a agência internacional esteja considerando que trata-se de perseguição política.
Era boato
Circulou no final de semana o boato de que o filósofo e professor Olavo de Carvalho teria falecido. Segundo Paulo Figueiredo Filho, que tem contato direto com o guru de parte do movimento conservador no país, as notícias são falsas. “O professor está bem e descansando”, explicou.
Resposta
A carta do presidente da Anvisa com resposta às insinuações feitas por Bolsonaro sobre os “interesses” da agência em aprovar a vacinação repercutiu. O Partido Novo disse, nas redes, que o documento foi “um passo importante na luta contra a desinformação e a politização da saúde dos brasileiros”. “A razão e a coragem devem impor limites à ignorância”, classificou a legenda.
Briga para 2024
A princípio, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), pretende ser candidato à reeleição em 2024 e, na sequência, concorrer a governador em 2026. E a briga para quem será o seu vice-prefeito – que herdará a Prefeitura, em caso de vitória de Paes ao Palácio Guanabara – já começou. Hoje, há três nomes mais fortes em seu grupo: Carlo Caiado (DEM), Marcelo Calero (PSD) e Pedro Paulo (PSD).