Alvo de um conjunto de especulações, a remuneração do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) na iniciativa privada, quando prestava serviços para a consultoria Alvarez & Marsal, foi de 656 mil dólares de acordo com o site “O Antagonista”. [1]
Em live com o deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP) na noite desta sexta-feira (28), Moro especificou que seu salário nos Estados Unidos seria de US$ 45 mil dólares mensais, o equivalente, na cotação da publicação desta matéria, de R$ 241,8 mil mensais. Segundo ele, contudo, cerca de metade seria deduzido com impostos. [2]
“Era exatamente o que eu recebia. Eu tenho aqui um recibo. Lá, o pagamento era quinzenal. Somando todos os descontos de impostos e pagamentos, no fundo dava metade, uns 24 mil dólares mensais. Era basicamente isso: 45 mil dólares por mês. Eu recebia parte disso em reais, aqui no Brasil, […] e depois passei a receber lá nos Estados Unidos diretamente”, disse.
O ex-juiz frisou na transmissão ao vivo que era “tudo documentado” e que no Brasil os pagamentos eram em valores já convertidos em real e destinados à empresa que criou, a “Moro Consultoria”.
“Tudo foi declarado, pago, CNPJ, tudo documentado. Nada foi feito escondido, tudo foi feito com muita clareza”, pontuou, admitindo que era um “excelente salário”.
Ainda segundo Moro, houve também um “bônus de contratação” de US$ 150 mil, ou, em conversão com a cotação de hoje, pouco mais de R$ 800 mil. Mas explicou que precisou devolver parte do bônus – “cerca de R$ 67 mil” – por ter encerrado seu contrato de forma antecipada.
Críticos de Sérgio Moro e o próprio Tribunal de Contas da União pedem informações ao ex-juiz da Operação Lava Jato pela ligação com a consultoria Alvarez & Marsal, cujo um dos braços oferece serviços a empresas atingidas pela Operação Lava Jato. Segundo Moro, ele nunca se envolveu com essas operações.