Há exatos 2 anos, no dia 7 de fevereiro de 2020, falecia o médico Li Wenliang, de 33 anos, oftalmologista radicado em Wuhan e que é considerado o primeiro a levantar a hipótese do surgimento de uma nova doença altamente infecciosa na cidade chinesa e que viria, depois, a ser identificada como Covid-19.
Wenliang ganhou notoriedade, contudo, não apenas pelo pioneirismo, mas pelo modo como foi reprimido pelo governo chinês.
Logo após, pela primeira vez, relatar os casos que vinha presenciando em um fórum na internet, a polícia de Wuhan chegou a intimidar o cientista, acusando-o de fazer comentários falsos e obrigando-o a assinar um termo de desculpas.
Formado em medicina pela Universidade de Wuhan, Li Wenliang também era filiado ao Partido Comunista da China. Em dezembro de 2019, foi a primeira vez que relatou a possibilidade do surgimento de um novo coronavírus.
No dia 8 de janeiro, lidando com pacientes contaminados com a nova síndrome, Wenliang foi infectado pela doença.
Após ter apresentado febre e tosse, seu quadro se agravou. Li faleceria no dia 7 de fevereiro, quase um mês depois da infecção. Diante da repercussão negativa, o governo chinês chegou a realizar um pedido de desculpas formal aos familiares do médico.
Uma das principais especulações criadas é sobre o quanto do destino do mundo poderia ter sido diferente se os primeiros relatos do médico não tivessem sido silenciados e, quem sabe, medidas preventivas tivessem sido tomadas precocemente.
Pelo sim ou pelo não, restou o aprendizado sobre os riscos do cerceamento à liberdade de expressão e sobre os benefícios da manutenção de uma sociedade aberta.
