A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta sexta-feira (18) que o Brasil “parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global” sobre a crise internacional com a Rússia. A declaração foi feita no mesmo dia em que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar convicto de que os russos invadirão a Ucrânia. [1]
No dia anterior, um porta-voz do Departamento de Estado já havia dito à TV Globo que o momento da visita do presidente Jair Bolsonaro à Rússia “não poderia ter sido pior” porque “mina a diplomacia internacional”, prejudicando “os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica”. Ele pontuou ainda que o Brasil “parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor”. [2]
Ainda segundo o porta-voz, essa postura é “inconsistente” com a “ênfase histórica” do Brasil “na paz e na diplomacia”. Já Psaki acrescentou: “a vasta maioria da comunidade global está unida em uma visão compartilhada, de que invadir um outro país, tentar tirar parte do seu território, e aterrorizar a população, certamente não está alinhado com valores globais”.
O Brasil, para Psaki, daria sinais de destoar desse entendimento. Jair Bolsonaro havia declarado solidariedade à Rússia durante seu encontro com o presidente Vladimir Putin, mas garantiu que sua postura não significava alinhamento a um lado na crise internacional.
Na noite da mesma sexta-feira, o presidente americano Joe Biden sentenciou que “temos motivos para acreditar que as forças russas atacarão nos próximos dias, especificamente a capital ucraniana de Kiev”. No entanto, garantiu que, até que Putin ordene a invasão, “a diplomacia é sempre uma possibilidade”.