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Amoêdo mostra-se cético sobre papel do liberalismo no NOVO: não deve ficar ‘escravo’

Fundador do Partido Novo ressaltou que fazer do NOVO uma sigla liberal é transformar o partido em nicho, mas que ideologia serve para 'suportar as medidas que a gente quer fazer'
Foto: Reprodução/YouTube

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Em entrevista ao Noir Podcast na última quinta-feira (7), João Amoêdo, fundador e ex-presidente do Partido Novo, mostrou-se cético sobre o papel da sigla na defesa do liberalismo. [1]

O executivo, que concorreu ao Palácio do Planalto em 2018, afirmou que a entidade tem que ter um viés mais utilitário, pois do contrário fica sob o risco de ficar sendo de nicho. Ele compreende que isso deveria ter sido “reforçado” na comunicação.

“O NOVO não nasceu para defender o liberalismo. Se fosse para defender, era mais fácil fazer uma fundação, um instituto. Nós nascemos com o objetivo de melhorar a vida das pessoas, esse era o nosso propósito. Mas é claro que a filosofia do partido é mais liberal, da liberdade econômica, porque é o que dá certo. O liberalismo deveria ser um meio do partido, mas não o fim. Em alguns casos, as pessoas entenderam que era o fim. ‘Olha, vocês estão aqui para defender o liberalismo’. Não! A gente está aqui para defender a vida do brasileiro que mais precisa, não para defender o liberalismo. Isso é coisa para os institutos”, destacou.

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Segundo Amoêdo, é importante “usar as ideias liberais, a filosofia liberal, como uma ferramenta para a gente atingir nossos objetivos”.

“Do lado de fora, talvez a gente deveria ter reforçado mais a comunicação. Isso é fundamental e importante. Porque se você é um partido do liberalismo, da privatização, você se torna um partido de nicho. E, para a gente mudar o Brasil, inovar a política e mudar a vida das pessoas, não dá para ser um partido de nicho. A gente tem que ser um partido grande. O liberalismo é a filosofia por trás para suportar as medidas que a gente queira fazer. Tendo isso mente, e entendendo a situação de cada momento do país e as evidências que a gente tem dos resultados. Não tem que ficar escravo [do liberalismo], porque não somos um instituto”, destacou.

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Pressão de apoiadores

Na mesma entrevista, Amoêdo opinou que a militância bolsonarista nas redes sociais pode ter tido papel para que ele perdesse apoio na sigla.

“No fundo, a gente sabe que o Bolsonaro é muito ativo nas redes sociais. Tem uma militância. Eu bati muito firme no Bolsonaro, na questão da pandemia, na questão do ataque às instituições, na questão do impeachment, e a turma dos militantes do Bolsonaro entrava nas redes sociais dos candidatos do NOVO e dizia o seguinte: ‘eu pretendia votar em você, eu gosto muito de você, mas eu não vou votar em você por causa do Amoêdo’. Eu não era mais presidente do partido, nem membro de qualquer diretório, mas estava dando minha opinião como pessoa física. É óbvio que o militante do Bolsonaro nunca pensou em votar no sujeito. Ele só fazia aquilo como pressão para ver se o cara pressionava a mim ou ao partido para eu parar de falar do Bolsonaro”, opinou.

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Na sequência, Amoêdo avaliou que “a gente sabe que as pessoas acabam entendendo que curtidas nas redes sociais podem se transformar em votos e, assim, você fica refém”.

“É dentro dessa lógica que funciona o bolsonarismo. Mas eu não trabalhei 10 anos num partido, tive todo esse negócio de buscar ficha, para ficar refém de milícia bolsonarista nas redes. Eu vou falar o que eu tenho que falar, e inclusive para ter mais liberdade, estava fora do partido”, disse.

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