Após o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) aprovar o relatório que propôs a cassação de seu mandato, o deputado estadual Arthur do Val (União/SP) renunciou ao cargo nesta quarta-feira (20). O gesto ocorre antes de a cassação ser votada em Plenário, o que confirmaria ou não a decisão. [1]
“Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições”, disse do Val, em nota enviada a alguns veículos de comunicação.
A renúncia, pela legislação, não retira de Arthur o risco de perda dos direitos políticos, dado que a Casa Legislativa ainda poderá produzir efeitos sobre o processo de cassação aberto.
Para Renan Santos, estrategista do MBL em vídeo publicado nas redes sociais, “a renúncia serve pra escancarar para a opinião pública se essa história é sobre retirar o mandato de um cara que cometeu um erro ou sobre querer tirar os direitos políticos de um parlamentar que teve quase 500 mil votos, sendo, portanto, uma liderança importante”. [2]
“Continuar com esse pedido de cassação é apenas demonstrar que essas pessoas estão em um processo de perseguição política, o que já é óbvio. Até que ponto elas vão nessa perseguição política? É gente que fala de democracia, os ‘democratas de ocasião’, mas que na hora de verem uma pessoa que não cometeu nenhum crime, vão lutar para ele não concorrer a nada. As cartas estão na mesa. Se antes falavam em cassar por ‘a Casa não poder ter uma figura como o Arthur’ […], [agora] o Arthur não está mais na Casa [ALESP]. […] Agora, o discurso [de muitos parlamentares] morreu”, avaliou Renan.