O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS) criticou na tribuna da Câmara nesta terça-feira (19) o suposto acerto entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp para que uma nova funcionalidade do mensageiro não seja lançada antes da campanha eleitoral no Brasil.
“Isso é um absurdo. São pessoas que estão investidas de autoridade arrogando-se do direito de dizer o que o povo pode ou não consumir de informação. É preciso parar com isso para não parecer que é apenas nojo do povo. Porque é isso o que eu tenho visto em muitos casos: decisões que ferem a liberdade de expressão sob o argumento de combater notícias falsas, mas que acabam vitimando a disseminação das verdadeiras”, argumentou.
Na tribuna, o parlamentar também reclamou da posição da PGR em defesa do adiamento da nova funcionalidade, denominada Comunidades, sob a justificativa de que ela facilitaria conteúdos “potencialmente desinformativos”. [1]
“Revisem a sua posição. Não é possível em pleno 2022 tratar o povo como se fosse incapaz de discernir entre o que é notícia falsa e notícia verdadeira”, reclamou.
Contexto
O adiamento da funcionalidade WhatsApp Comunidades, que permitirá a integração de grupos superiores a 256 pessoas e, portanto, ampliar a divulgação de mensagens, também foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. [2]
Ele prometeu conversar com o aplicativo e criticou o Tribunal Superior Eleitoral por, na avaliação dele, fazer com que o Brasil não tenha acesso ao recurso que estará disponível em outros países do mundo. [3]
Como se sabe, o WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais popular do país.
O TSE fez uma espécie de acordo com o aplicativo de mensagem WhatsApp para adiar o lançamento da nova ferramenta de comunidade, que permitirá uma maior interação entre os usuários, para depois das eleições de 2022. pic.twitter.com/NhdcT5rSgz
— Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) April 19, 2022